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Série Bloco de Carnaval – Kengas

Kengas

Após a Tragédia do Baldo, muitos blocos de elite foram extintos, mas nos anos 80 um bloco em Natal surgiu e a Kenga abalou as estruturas.

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Após a Tragédia do Baldo, muitos blocos de elite foram extintos, mas nos anos 80 um bloco em Natal surgiu e a Kenga abalou as estruturas.

Em 1984 houve a Tragédia do Baldo, fazendo com que os blocos de elite reduziram a pó. Na verdade, os organizadores do evento migraram para elite e o carnaval de Natal ficou resumido apenas ao Desfile das Escolas de Samba no bairro do Alecrim.

Mas, um grupo LGBTQIAP+ resolveu quebrar fevereiro e março silencioso de Natal. Assim, um conjunto de drags resolveram montar uma passarela no meio da cidade e começaram a desfilar em meio ao concurso sob aplausos e vaias do público. Neste ínterim, todavia, seria escolhida a Kenga do ano.

Estou falando do Bloco das Kengas que está há 40 anos no Carnaval de Natal e resistindo a vinda e ida de foliões as praias vizinhas.

História das Kengas

Kenga de 1986 (Foto: Diário de Natal)

A primeira aparição das Kengas aconteceu em 1983 em frente à Broadway, uma boate gay pioneira na cidade, localizada na Rua Felipe Camarão. O palco era a própria rua, abríamos a roda e o desfile acontecia no chão mesmo, com uma charanga de 10 músicos que faziam animação do festejo. A rua ficou tomada de gente.

Depois, as apresentações aconteciam próxima do Bar Vice-Versa, no bairro de Cidade Alta, mais precisamente na Rua Vigário Bartolomeu, e hoje acontece próximo da Praça dos Três Poderes, próximo da Pinacoteca do Estado.

As Kengas de 1987

Além de ser os primeiros a colocar as estrelas LGBTQIAP+ no estrelato, as Kengas ficaram conhecidas na imprensa por satirizar as situações do país e do Rio Grande do Norte com um grande deboche.

Além disso, foi um dos primeiros blocos a participar de campanhas de saúde de combate a AIDS. Veja abaixo um trecho do Diário de Natal de 1988:

E ainda teve o Baile das Kengas?

Somente no ano de 1989 que eles começaram a fazer seus bailes, inicialmente no Centro de Turismo. No evento, o baile ajudava angariar o desfile que aconteceria no carnaval. No baile nomeava a madrinha do evento para chamar junto e tinha apresentações nacionais.


Nesta época o anúncio da madrinha e rainha das Kengas, que geralmente era uma artista nacional que valorizava a cultura LGBT. Hoje, o baile se transformou em feijoada e é a luz do dia. 

Uma das coisas mais incríveis era que a organização sempre procurava um artista do Rio Grande do Norte para retratar o que era o bloco. Confira as imagens, portanto, a seguir: 

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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