Abril de 2023 foi o período em que meu lado profissional foi posto em xeque, no qual eu fui demitida na véspera do meu aniversário. Eu me senti um lixo, achando novamente que trabalhar com publicidade não era mais para mim. Ficava questionando o que podia ter feito de diferente, afinal estava me esforçando, trabalhando num lugar há 30 minutos de casa e conseguindo conciliar tudo. O que faltava? Questionava isso na psicóloga,
Graças ao Patrício e Ruth, eles me acolheram na Seja Create e confiram por mais de uma ano e meio do meu lado social media, inclusive me defendendo de todo tipo de sacanagem (A palavra mais leve do que aconteceu comigo). Fiquei orgulhosa das campanhas que fizemos, das quebras de barreira e pular as dificuldades. Além de que super me apoiaram que não desistisse de tentar o mestrado de Comunicação da UFRN.
Quando passei, a gente comemorou junto, nos abraçamos e criamos uma bela amizade. Tanto que quando saiu para assumir uma bolsa, foi difícil para ambos, mas recebi tantas mensagens para ir e conseguir que guardo no coração. Os mesmos sempre me ensinaram a tirar mágoas e tiravam sarro do jeito ariana.
E agora?
No trabalho anterior, apesar dos problemas, ainda falava com alguns e um belo dia olhando as redes sociais, a Mônica estava mandando mensagem que tinha um gato ferido, com fome e medroso na garagem da agência. Olhei a mensagem, vi a foto do gato e chamei João para ir nesta aventura.
Mencionei Patrício e Ruth, porque eles disseram que podia ir, uma vez que adiantei as coisas, eu era apaixonada por gatos e sentiram que isto faria bem para mim.
Fazia um ano que não pisava lá, tanto que nem peguei as minhas coisas, de tão triste foi meu desligamento. Tinha prometido que nunca iria voltar. Sai de Capim Macio para Ribeira desesperada parecendo ambulância do Samu, busquei João, o cestinho para pegar o gato ou gata (não sabíamos o sexo), e chegamos na garagem.
Mônica e Ceiça, da agência, estavam de prontidão dando relato de como estava o felino, mostrando as dificuldades e apreensivas, pois estava muito debilitado.
E como ela estava?
Mais ferido que vemos na foto, com muito medo e se escondendo mais, era a primeira impressão. “Está pior que na foto”, João disse para mim. Então, tivemos a ideia de colocar um sachê perto, foi quando se aproximou, comeu pouco e conseguimos capturar.
Demos tchau, abraçamos e hora de levar ao veterinário. Estávamos apreensivos, com medo de internação, quem iria ficar e essas coisas. O veterinário olhou para gente, feliz e dizendo que achou fofa a atitude de resgatar um gato assim. Logo, foi uma bateria de exame para saber as taxas, saúde e coisas do tipo. Taxas positivas, mas uma doença infecciosa provocou a cegueira nos dois olhos e tinha que fazer cirurgia para tirar os glóbulos oculares.
“É uma menina”, disse prontamente com sorriso no rosto e comemorando que precisava apenas de remédios, cuidados e alimentação para ficar forte e poder fazer a cirurgia. Mas, tinha um porém, ele queria colocar o nome na ficha. Eu e João olhamos um para a cara do outro e lembramos que comentado que seria legal chamar de Luzia, por causa da santa protetora dos olhos. Assim a batizamos.
Por dois meses, João cuidou e correu atrás para angariar os custos da cirurgia dos olhos e gastos dos atendimentos. A vaquinha foi benéfica e conseguimos. Além disso, conseguimos recuperar o olho esquerdo, no qual ela consegue ver vultos e isso ajuda a se locomover melhor.
Inicialmente seria um lar temporário, mas ninguém queria uma gata cega. Até que minha mãe disse para trazer para minha casa e hoje Luzia está na minha casa recebendo muito amor, paz e histórias engraçadas.
Luzia foi um instrumento de me fazer as pazes de muita coisa que tava na minha vida, lembra dos incentivos para salvar, das pazes com o antigo trabalho, me manteve mais unida com João e de estimular que um lindo futuro venha pela frente.