Nesta segunda-feira (21), o Paul Dianno, primeiro vocalista do Iron Maiden deixou a vida terrena. O jornalista potiguar Abner Moabe voltou ao Brechando para relembrar o momento que o eterno vocalista do Iron Maiden veio a cidade. Saiba mais no Brechando!
Hoje os fãs da Donzela de Ferro se despedem de Paul Dianno, a voz do Iron Maiden nos dois primeiros discos, aos 66 anos. A causa da morte ainda não foi revelada, mas quem acompanha a banda a vida de seus ex-integrantes sabe que já de muito tempo Paul vinha sofrendo com os problemas de saúde, estando preso a uma cadeira de rodas nos últimos anos, o que não o impediu de continuar fazendo shows.
Embora com uma longa e agitada carreira de inúmeros projetos, sem dúvidas o Paul deixou sua marca nos discos Iron Maiden (1980) e Killers (1981), onde sua veia punk se misturam com os temas de heavy metal de Steve Harris, proporcionando uma sonoridade única e que entraria para a história da música mundial, e que só por esses álbuns já justificaria o nosso respeito a figura de Paul Dianno.
Nós aqui no Natal tivemos o privilégio de vê-lo em março de 2023 no Whiskritório e eu estava lá para testemunhar esse momento que dificilmente poderia se repetir e infelizmente eu estava certo. Com um set de músicas dos discos do que ele gravou com o Iron Maiden, os presentes podem hoje se sentirem privilegiados de terem visto não apenas um cantor de rock, mas uma força da natureza que não se rendeu as dificuldades e deu o máximo de si e à música até os últimos dias de sua vida.
Infelizmente o sonho de vê-lo uma última vez no palco com o Iron Maiden não irá se realizar, mas isso não diminui em nada a grandiosidade de sua história. Não cabe aqui falar dos erros do passado, mas sim agradecer por termos compartilhado o mesmo tempo e pela sua generosidade de compartilhar com o mundo a sua voz.
Confira as lembranças do Paul em Natal
Não é todo dia que se tem a oportunidade de ver uma lenda do rock de perto, ainda mais com essa lenda estando em Natal. Foi o que aconteceu na última quarta-feira no Whiskritorio em Ponta Negra, onde os presentes puderam testemunhar o show de um membro importante do Iron Maiden em Natal que se chama Paul Dianno. As fotos que ilustram a matéria foram “roubadas” de Scarlet Vasconcelos.
Se você não faz ideia de quem se trata, Paul foi vocalista do Iron Maiden entre 1978 e 1981. Gravou os dois primeiros disco do grupo britânico ‘Iron Maiden’ (1980) e ‘Killers‘ (1981). Tendo como característica o vocal mais rasgado com influência do punk, o que deu uma atmosfera muito peculiar aos discos que participou. Além disso, há mistura da rapidez do punk com as passagens instrumentais do metal.
Após sua saída da banda, Paul participou de vários projetos sem o mesmo destaque. Entretanto, o reconhecimento do público ficou mesmo em virtude de sua passagem pelo Iron Maiden. Em 2022 o cantor se reencontrou com seu ex-chefe e companheiro de banda Steve Harris na Croácia, onde Paul se encontrava para tratar de um problema na perna que já se arrasta a alguns anos. O reencontro foi um março após anos de ataques pessoais por parte de Paul ao ex-colega e sua banda. Mas enfim, vamos ao show.
Detalhes da tour
A turnê aconteceu em março do ano passado, com um total de 31 shows, traz consigo as bandas Eletric Gypsy e Noturnall. Infelizmente não consegui chegar a tempo de ver a Elétrica Gypsy em ação mas gostei bastante do Noturnall. Para os fãs de Power metal recomendo.
Por volta das 23h, eis que surge Paul Dianno em uma cadeira de rodas sendo conduzido peplo fisioterapeuta que o acompanha na turnê. Aliás, vale registra o trabalho do fisioterapeuta Iury Viana e da enfermeira Cris Costa. A equipe cuidou muito bem do Paul durante toda a turnê pelo Brasil.
Acompanhado dos músicos do Noturnall e mais o guitarrista do Eletric Gypsy completando a formação, Paul Dianno trouxe um repertório matador composto por músicas dois 2 discos do Maiden. Com a abertura de The Ides of March em playback, o baixo puxou o rif de Wrathchild e daí pra frente foi uma fileira de clássicos, seguidos de Sanctuary e Purgatory.
Ao final de cada música Paul fazia questão de conversar com o público que respondia muitas vezes com o grito de “Vai Corinthians!”, time que Paul adotou para si. Inclusive, com direito a bandeira do clube paulista na bateria. Drifter, Murdes in The Rue Morgue e Remember Tomorrow.
Show com pouca gente
A casa apesar não estar lotada, teve um público bastante participativo cantando junto com Paul que mesmo de cadeira de rodas mostrou ter ainda muita energia pra cantar. A banda teve seu momento executando Genghis Khan antes de apresentarem Killers e Charlotte The Harlot, seguida da instrumental Transylvania.
Já caminhando para o final do shows, a épica Phantom of The Opera fez o público cantar junto seguida Running Free em sua versão original e não naquele formato enfadonha que o Iron Maiden costuma fazer ao vivo. Poder ouvi-la na voz original também fez eu perder um pouco do ranço que tenho dessa música.
Por fim, Prowler preparou o terreno para o final apoteótico com Iron Maiden, dessa vez sem a presença do Eddie, mas não menos excitante, finalizando com maestro o pouco mais de 1h de show muito bem preparado.
Creio, portanto, que todos os fãs que saíram de casa numa noite chuvosa de quarta-feira ficaram satisfeitos com o que viram e ouviram. Afinal de contas, não é todo dia que tem a benção de ver pessoalmente um capítulo da música sendo contado por quem ajudou a escrevê-lo.