Take Easy, crônica de dia dos namorados

Take Easy, crônica de dia dos namorados

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Pergunta-me para mim se existe um relacionamento perfeito. Eu até me questionei muitas vezes. E respondo com toda a certeza: – Não.

Crescemos vendo filmes de princesa, casais de série e outros produtos midiático. Mas, a gente é realidade e ninguém tem o controle total do destino para que o seu relacionamento vai acontecer. Se falasse para mim nos tempos de faculdade que namoraria João, eu riria. Sei lá, comunicador e músico, para mim, era sinal de dor de cabeça e de muita lábia.

Lábia ele tem, tanto que caí. Você não manda no seu destino. O Black Mirror pode utilizar 500 mil algoritmos para mostrar o par ideal. Mas, seu coração não manda.

Ironicamente, contudo, foi o algoritmo de uma rede social que fez com que a gente se aproximasse. Em 2017, saímos, vimos filmes e tecnicamente virou uma amizade, onde mandava DMs e memes falando de todos os tipos de assuntos, sendo que a maioria era besteira.

“Por que a gente não deu certo como casal, hein?”, perguntara, porque tínhamos muita coisa em comum, desde música até posição política. Achava que nunca iria acontecer novamente. Até chegar dezembro de 2021.

Foi uma simples caminhada na praia, um sorvete e uma olhada de mar quando beijamos novamente. Um plot twist? Talvez. Mas, senti o primeiro sinal de amadurecimento mútuo. O princípio, pelo menos, porque muitas águas rolaram. As sensações de 2017 para 2021 foram totalmente diferentes, senti que era algo que não parava por aí.

Então, os nossos encontros foram mais intensos. Sempre utilizava a política de “take easy” para não atropelar as etapas, mas sempre saia involuntariamente um “eu te amo” ou “meu namorado”. Ninguém manda no coração, não é mesmo?

Até chegar o namoro tivemos que tirar as amarras do passado para o atual, hoje é uma tarefa árdua, onde tivemos que enfrentar cenas de inseguranças, ciúmes, atitudes questionáveis, medo de sofrer, descrever os sentimentos de um para o outro, mostrar nossos limites e, o mais importante, a vontade de ficar junto. Afinal, tudo que a gente chegou foi a vontade de querer ficar junto, mesmo que tenha causado receio. Saiu a vontade do “eu” e virou “nós”.

Quando lembro dos gatos, do brigadeiro de whey protein (feito sem querer), conchinhas, cafunés, cachinhos no cabelo, filmes, dos shows, ir à Pipa durante a noite e os banhos de mar mostra que tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Você pode dizer que é impossível e nunca mais, mas você não manda no seu destino. Além disso, quando menos se espera, você tem carinho pelos gatos dele, sente o cheiro dele e ver coisas nas ruas lembrando dele. Sempre quer mandar mensagem: “Lembrei de você”.

Se valeu a pena? Vale cada minuto a pena. Escrevo este texto com o quentinho da gata Luzia nos meus pés, nosso pequeno milagre, que resgatamos assim que reconciliamos e no final está no meu quarto, sinal de que o amor pode superar as barreiras.

Agora, eu quero que ele saiba que esse trajeto está valendo a pena e fico orgulhosa de como evoluímos.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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