Aqui tem joão-de-barro
Matador de Passarinho (SKYLAB)
Pintassilgo, pintarroxo
Pica-pau e colibri
Aqui tem canário-belga
Araponga, assum-preto
Curió e bem-te-vi
Aqui tem tanta andorinha
Cambaxirra, quero-quero
Rouxinol e juriti
Que servem de tiro ao alvo
Para espantar o tédio
E o vazio do existir
Rogério Skylab é um cantor carioca e funcionário aposentado do Banco do Brasil. De dia, servidor público. De noite, nascia o cantor que tinha como influência, o rock, samba e a vanguarda paulista. Geralmente, o eu-lírico das canções traz um relato de psicopatas, no qual trouxeram um humor involuntário.
Mas, Skylab está na mídia e finalmente vai pisar nas terras potiguares. O Brechando finalmente entrevistou o cantor via Whatsapp. Além disso, vai tocar em Natal, no próximo domingo (28), no Whiskritório.
A turnê faz parte de diversas apresentações no Nordeste, conforme já falei nesta matéria.
Confira a entrevista completa com Rogério Skylab a seguir:
Como está sendo a experiência de fazer shows no Nordeste?
Tem sido ótima essa turnê. Quando você tem um grupo legal, do produtor aos músicos,. Tudo tende a ser bom. E está sendo.
Já foi a Natal à passeio? Se sim, conte a experiência. Caso seja sua primeira vez em Natal, conte qual a expectativa no show?
Nunca tive a oportunidade de ir à Natal. Está sendo a minha primeira vez. Tenho muita expectativa e curiosidade.
Quais músicas não podem faltar na setlist?
Algumas músicas nunca podem faltar. “Carrocinha de cachorro quente”, “Fátima Bernardes Experiência”, “Corvo” e “Tem cigarro aí?” são músicas que nunca deixaram de entrar no setlist.
Fico feliz de saber isso. [Isso é resultado de que] A Internet propicia essas coisas. A minha plateia sabe de cor e salteado as minhas músicas. Me dá, portanto, uma sensação de recompensa.
Eu acredito que muitas vezes as críticas ao politicamente correto é um pensamento chamado “posso ser preconceituoso em paz”. Existe o limite entre liberdade em expressão e discurso de ódio? Ou libera geral?
Em arte ou você libera geral ou você corre o risco de ser censor. Não acredito em liberdade de expressão. Acho isso uma empafia. A liberdade absoluta de expressão foi usada pela direita pra liberar os fake news. E fake news é crime. Mas em se tratando de arte, não existe isso. Na arte a voz autoral pode não ser a voz narratorial.
Você falou uma vez sobre como foi cantar “Fátima Bernardes Experiência” em frente a Fátima. Mas, não falou da reação dela. Como foi?
Nunca falei isso até porque nunca cantei em frente a Fátima (confundi as jornalistas, foi este post sobre Jô pedir em cantar na frente de funcionários da Globo). O que não significa que ela nunca tenha escutado. Fora isso, a Fátima é muito inteligente, tem uma cabeça boa. Ou seja, ela tem consciência que a Fátima que eu canto é uma Fátima ficcional.
Muita gente fala da sua associação com Júpiter, principalmente por conta da famosa entrevista. Mas, poucos não falam da sua forte influência por Arrigo Barnabé, da vanguarda paulista e criador do “Clara Crocodilo” (disco muito bom por sinal). Já pensou fazer a releitura do disco ou isso é impensável?
Isso é impensável. Gosto muito do Arrigo e da vanguarda paulistana. Cheguei a escrever sobre Arrigo, Itamar e Tatit no meu livro ” A Melodia Trágica “, recém-lançado. Mas, nunca pensei em fazer, qualquer [homenagem ] rejeitará Clara Crocodilo.
Você se considera maldito da MPB? Junto com Sampaio, Macalé, Arrigo…
Não. Meu trabalho é muito diferente, além de ser uma geração anterior.
Assim como diz na sua música e eu preciso perguntar, você ainda vai ficar fazendo música? Até quando?
Até morrer.
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