Ainda era a capitania do Rio Grande do Norte quando José Paulino Almeida de Albuquerque era presidente de província do RN. Este cargo era o equivalente do que é hoje Governador do Estado e José Paulino teve uma gestão rápida, mas uma das coisas que marcou a sua vida pública foi o seu assassinato, que não teve solução.
Mas, antes, precisamos contar um pouco da história de José Paulino de Almeida Albuquerque, representante do RN na época que o Brasil ainda era um império.
Ele era irmão do pernambucano Manuel Caetano de Almeida e Albuquerque, que foi deputado geral, ministro do Supremo Tribunal de Justiça e Senador. Seu tio, Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, era ex-governador da capitania do Ceará.
Ele foi o sétimo da Província do Rio Grande, onde atuou em 21 de fevereiro de 1825 a 10 de março de 1830. Antes, foi oficial de artilharia e membro da Sociedade dos Pedreiros – Livres, organização oriunda de confrarias medievais das quais teria derivado a maçonaria.
A sua nomeação como presidente da Província do Rio Grande do Norte por Carta Imperial de 13 de setembro de 1826, em substituição a Antônio da Rocha Bezerra.
Após o seu mandato, ele ajudou como deputado representando a Província do Rio Grande, que deveria exercer o cargo até 1833. Entretanto, lhe assassinaram no primeiro mandato em Recife durante uma viagem, onde ficou hospedado na casa de Gustavo Adolfo de Aguilar, que era um Ministro da Justiça.
O crime aconteceu enquanto uma pessoa com cavalo chega no local e atira na janela da casa, ferindo o Ministro e um parente de José Paulino.
Uma carta detalhou como foi o assassinato
A Biblioteca Nacional guardou a carta do oficial do Império Brasileiro, que relatou, com detalhes, de como foi o assassinato para José Antônio Silva Maia, Ministro do Império nos dois reinados.
Levo ao conhecimento de Vossa Excelência para ser presente à sua majestade o Imperador, que achando-se o Presidente da Província do Rio Grande do Norte José Paulino de Almeida Albuquerque pelas oito horas da noite de 24 de dezembro, no lugar denominado Ponte de Uchôa, meia légua de distante de Recife, na casa do Desembargador Ouvidor Geral do Crime Gustavo Adolfo de Aguilar, de quem se ia defender, achou fora barbaramente assasinado com um tiro de bacamarte onde (o tiro) parte de fora disparara por uma das janelas da dita casa, por um desconhecido à cavalo.
Ele ficou bastante ferido do mesmo tiro com mais de 20 caroços de chumbo, assim como também (ficou ferido) Ouvidor do Crime e um parente daquele Presidente, os quais todos e suas famílias fugiram para uma sala, que fica fronteira à estrada.
O assassino foi seguido até alta noite por algumas pessoas do povo e por soldados da polícia, mas não foi possível alcançá-lo, nem colher informações que o faça conhecida para o que se para o que se confessa a fazer diligências já pela mesma polícia e já pelo jurídico.
Os dois feridos ficaram sem perigo, e o fabredito presidente foi sepultado com complementas honras Militares.
Este fracasso acontecimento que magoou todas as cidades em geral, em nada alterou a fragilidade e noções de que goza acolhimento a Província. Deus Guarde a Vossa Excêlencia muitos anos. Cidade do Recife de Pernambuco, 24 de janeiro de 1831.
Ilustríssimo e Exclentíscimo José Antônio da Silva Maia
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