No meio da segunda do vagabundo, me deparei com um prédio diferente em volta do estacionamento improvisado daqueles que curtiam o samba. Esperei o flanelinha manobrar o carro e perguntei o que era. Prontamente, ele respondeu que era uma caixa d’água e só sabia da história.
Entretanto, o monumento, que fica na parte de trás da antiga Estação de Trem tem história por trás. Sabia que ela é tombada?
O tombamento aconteceu em agosto de 2007 e todo mundo conhece o espaço pela alcunha de Caixa D’Água das Rocas.
A origem
O bairro cresceu bastante no século 19 e 20, quando surgiu a primeira estação de trem, a E. F. Sampaio Correia abriu em 1906 até a estação de Itapassaroca. Posteriormente estenderam as linhas até Taipu (1907), Baixa Verde (1910), Pedra Preta (1913), Lages (1918), que ficou como ponto de saída para a linha ligando Lages a Macau e depois para o ramal para Jucurutu e Oscar Nelson (1949).
Sua primeira sede foina antiga Estação de Trem, que hoje fica a sede do DNOCS. Mas, o que tem a ver o monumento?
De acordo com site Fatos e Fotos Natal das Antigas, Rocas apresentavam grandes espaços vazios, situados em terrenos arenosos que facilitavam o acúmulo de águas pluviais. Em razão dessa facilidade, encontravam-se nessa região lagoas que transbordavam e impediam a movimentação da população.
Como não existia galeria para a água das chuvas, esses bairros eram transformados em viveiros de mosquitos e facilitador de doenças. Por isso, a fundação de uma caixa.
A Caixa D’Água das Rocas junto com o saneamento
A década de 1920 apresentou de forma urgente a problemática do abastecimento de água e do saneamento da cidade do Natal. O Dr. Januário Cicco, à época inspetor de saúde do Porto de Natal, alertava as autoridades municipais para a necessidade de pensarem a saúde do cidadão de forma ampla, realizando obras que adotassem a cidade de um plano de saneamento e abastecimento de água. Dizia, ainda, do perigo que a população vivia ao beber água das fontes existentes. Apenas em 1924, com o patrocínio do Governo do Estado, surge o Plano Geral das Obras de Saneamento de Natal, visando atacar o problema.
As obras das caixas d’água e saneamento só surgiram 10 anos depois
O Interventor Mário Câmara, em 1937 criou a Comissão de Saneamento de Natal e contratou o escritório Saturnino de Brito para elaboração do projeto denominado “Novo Abastecimento de Natal” ou “Plano Geral de Obras” e execução consequente dos serviços. O trabalho executado correspondeu apenas a uma parte do projeto, custando 13.000 $ e a inauguração aconteceu em 13 de maio de 1939.
O Secretário Aldo Medeiros foi o gestor da execução desse projeto por parte do governo estadual. Além disso, as obras realizadas pela Saturnino Brito foram marcantes como das primeiras e mais importantes intervenções de engenharia executadas pelo setor público no ambiente urbano de Natal
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