A UFRN e IFRN criaram um material que reveste o minério. Ao expor à luz, revestimento ajuda a eliminar poluentes.
Você sabia que estudantes da Universidade Federal (UFRN) e do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) desenvolveram uma tecnologia para remover poluentes com mineral? Atualmente, o projeto está em processo de proteção intelectual. Mas, o que este produto faz?
Foto: Cícero Oliveira (UFRN)
É um fotocatalisador capaz de remover substâncias poluentes presentes no esgoto ou nos resíduos gerados por fábricas. Para quem não sabe, a fotocatálise é um processo que provoca uma reação química por meio de processo oxidativo de alto estágio.
Segundo Ronaldo dos Santos Falcão Filho, um dos cientistas envolvidos, a técnica é bem conhecida no meio acadêmico como processo oxidativo para remoção de micropoluentes.
“Contudo, uma das restrições para aplicação dessa técnica é a dificuldade em se recuperar o fotocatalisador após a aplicação. O que acontece é que geralmente os fotocatalisadores se apresentam como pós finos que exigem operações adicionais para separação do líquido que foi tratado”, pontua Ronaldo, professor do IFRN em entrevista para UFRN.
O pesquisador explica que além da praticidade, o fotocatalisador traz suporte de baixo custo, com matéria-prima abundante e de fácil obtenção. Por exemplo, a argila comum, um mineral não-metálico, tem reserva lavrável de mais de 30 milhões de toneladas apenas no Rio Grande do Norte.
André Luís Lopes Moriyama, membro do Departamento de Engenharia Química da UFRN (DEQ) e orientador do projeto, identifica que outra facilidade da invenção é que, em caso de saturação do material, ele “pode para reciclagem por incineração, permanecendo com a mesma capacidade fotocatalítica por, no mínimo, cinco ciclos”.
Os testes para análise dessa condição aconteceram no Laboratório de Materiais Nanoestruturados e Reatores Catalíticos (LAMNRC/UFRN), coordenado pelo professor Carlson Pereira de Souza (DEQ/UFRN).
Como funciona
O grupo de inventores desenvolveu um protótipo em uma bancada de cerâmica vermelha recobertas com o revestimento fotocatalítico com o pentóxido de nióbio. Quer dizer, quando exposto à luz, o pentóxido terá um efeito catalítico.
Para simular o sol, as placas estiveram em exposição à radiação de lâmpadas que simulam a luz do sol. Além disso, o resultado foi a forma simples de imobilização do fotocatalisador em um suporte de baixo custo, com resistência mecânica e estabilidades térmica e química.
A invenção recebeu o nome de Fotocatalisador à base de pentóxido de nióbio e cerâmica vermelha e seus processos de obtenção. O depósito aconteceu após a notificação de invenção, pelo Sigaa, na aba Pesquisa. Em seguida, ocorreu a realização de busca de anterioridade, momento quando há a verificação de existência de pedidos similares ou idênticos.
No passo seguinte, é feita a escrita de relatório descritivo, quadro reivindicatório, resumo, desenhos (se for o caso) e pagamento da guia de recolhimento, documentos que vão compor o pedido.
Como funciona o processo de patente desta parceria da UFRN e IFRN para reduzir poluentes
Para a concessão propriamente do registro, há a necessidade de obediência a alguns marcos temporais posteriores. Primeiro, o depósito fica sob sigilo por 18 meses. Depois, os documentos ficam passíveis de acesso para contestação de terceiros e exame do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão federal responsável por essa etapa. Se a patente for concedida pelo Inpi, terá validade de 20 anos no Brasil. Caso seja uma Patente de Invenção (PI), ou de 15 anos, caso seja uma Patente de Modelo de Utilidade (MU).
A UFRN, em todos esses trâmites, portanto, oferece suporte via Agência de Inovação (Agir), unidade suplementar que tem entre seus objetivos o de acompanhar o processamento dos pedidos e a manutenção dos títulos de propriedade intelectual da Instituição, desenvolver estudos e estratégias para a transferência de tecnologia de inovação gerada pela UFRN, promover e acompanhar o relacionamento da UFRN com empresas de interesse para transferência de tecnologias e negociar e gerir os acordos de transferência de tecnologia da UFRN.
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