Vitória vivia na Comunidade Indígena do Tapará em Macaíba até este ano. O motivo de sua mudança foi o fato de cursar em medicina na Universidade Federal de Rondônia (Unir). O ingresso aconteceu por meio das cotas para indígenas, onde alegou seguir “a documentação solicitada no Edital e matrícula foi negada sem muitas explicações, entrando com recurso atentando para o fato de que todos os documentos estavam de acordo com o Edital e dias depois tive a minha matrícula homologada”.
Além disso, eles alegaram que “só conseguiram contato com minha cacique para averiguar a veracidade dos meus documentos e que isso era muito ruim pra mim, também falaram que seria ruim ter contato somente com a cacica, uma vez que muitos caciques colocavam pessoas dentro da universidade por interesse próprio, eu estranhei isso, primeiro porque essa fala estava coberta de achismos. […] Perguntei às outras duas lideranças do meu povo se a Unir havia entrado em contato com eles e a resposta foi não”.
Em sua página, Vitória alega que pediu exoneração de seu emprego para se mudar para Porto Velho, comprou material e ficou frequentando a aula durante três semanas, quando recebeu a informação do cancelamento de sua matrícula pelo fato de não parecer indígena.
“Verifico e-mail e lá está a conclusão da comissão, e aí começa o meu pesadelo. Li atentamente cada detalhe e os argumentos usados eram basicamente achismos e falas extremamente racistas, e pra minha surpresa as conclusões racistas foram feitas pelas parentes daqui de Rondônia que são alunas voluntárias da comissão, fui acusada de usar maquiagem e dar chapinha no cabelo para “parecer indígena” e que na verdade eu tinha “o cabelo bem cacheado” nas redes sociais, fiquei em choque”, alegou.
Agora Vitória criou uma página no Instagram para reverter a situação e agora quer pedir respeito aos povos indígenas Tapuias Taruíras.
Esta não é a primeira agressão aos povos indígenas na Unir
A situação de Vitória não é a única, visto que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição de ensino alegou que recebeu denúncias de estudantes indígenas. Os mesmos alegam que sofreram humilhações de professores durante dentro da sala de aula. Confira a nota de repúdio, portanto, a seguir:
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