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Uma das entrevistas de Carlos Alexandre no jornal O Poti

Carlos Alexandre O Poti

Carlos Alexandre no início dos anos 80 concedeu uma entrevista ao jornalista Cassiano Arruda Câmara para O Poti e transcrevemos o papo. Saiba mais no Brechando!

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Surge um novo campeão de disco

Sem ter tido a necessidade de se mudar de Natal, Carlos Alexandre foi chamado pela RGE para gravar seu primeiro LP, já em 1978, e esse disco o tornou um sucesso nacional, a partir de Feiticeira, a música mais cantada pelos calouros apesar de abominada pelos críticos e negada pela elite.

Mas, teve a seu favor, o povão, que exigia a execução da música nas emissoras de rádio e TV e, apesar de tudo, também comprou o disco 222 mil cópias do LP e 318 mil compactos.

Waldick Soriano, Orlando Dias e Cia ganharam um novo concorrente, disputando a mesma taxa de mercado. E sua música passou a ser consumida em grande escala o que lhe valeu dois discos de ouro e uma série de troféus dos mais populares, programas de auditório da televisão: Sílvio Santos, Chacrinha, Raul Gil, Carlos Aguiar e outros menos votados.

Como desfrutar os frutos do sucesso

Você é casado?

 – Homem…Deixa isso pra lá. Vamos falar de minha carreira. Esse assunto pode prejudicar.

Mas, você é um homem rico?

Carlos Alexandre não diz que sim, nem que não. Mas, pela primeira vez, ele perde aquele ar de ingênuo de humanidade. Finalmente, ele tem a oportunidade de quantificar o seu sucesso, e dizer aos seus conterrâneos, que é um homem bem-sucedido no seu ofício.

No último trimestre arrecadou 820 mil cruzeiros de direitos autorais. Ele é autor de todas as suas músicas e as parcerias do primeiro disco. “foram para agradecer às pessoas que me ajudaram nos primeiros passos de minha carreira”.

Além desses rendimentos, ele ainda cobra 35 mil cruzeiros de cachê por cada show e cobra algum trocado dos programas de televisão onde se apresenta.

O pessoal que o conhece diz que cada trimestre, quando recebe os direitos autorais, ele muda de carro. O último é uma enorme Caravan, verde metálico.

Pergunto o que tem feito com tanto dinheiro?

– Comprei alguns terrenos e estou reformando minha casa na Cidade da Esperança.

Carlos Alexandre quer ter uma casa bastante confortável para poder receber os seus amigos de São Paulo “sem fazer vergonha”. Mas, não quer sair do bairro, onde tem os seus melhores amigos de infância. Por isso, a Cidade da Esperança pode ser o primeiro Conjunto Habitacional de COHAB a ter uma mansão.

O último disco lançado em fins de agosto vai muito bem obrigado. Só do LP foram vendidos 183 mil cópias e ainda não atingiu o pique, porque somente agora sua música mais forte “Ciganinha”, começa a ser cantada pelo povão.

Sua agenda de shows já justifica que ele tenha um escritório em São Paulo para cuidar disso. Esta é a sua próxima meta.

Quer continuar morando em Natal, “ora, aqui tem praia. É legal”, mesmo que o seu sucesso aqui não seja reconhecido fora do seu público mais fiel, enquanto elementos de fora são respeitados, prestigiados e até mesmo reconhecidos como detentores de um sucesso que não existe.

Como o de Carlos Alexandre, um menino nascido em Nova Cruz e já se chamou Pedro Soares, e que agora parte para o mundo após gravar em espanhol as músicas que já conquistaram o Brasil. Ou, pelo menos, o Brasil sem sofisticação que canta nos forrós, nos parques de diversão, serviçõs de amplificadores ou programas de auditório.:.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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