De Nova Cruz para o sucesso
Tímido, falando pouco, muito mais baixo do que as fotografias sugerem e um pouco mais moreno do que aparece na capa dos seus discos. Carlos Alexandre chegou à minha sala, pedindo confirmação de que “o senhor vai mesmo me dar uma força no Diário”.
Ele mesmo contou sua vida, seguindo o roteiro que consagrou o estilo da antiga Revista do Rádio e garante ainda hoje as enormes tiragens da Amiga.
- Tenho 22 anos e sou daqui mesmo.
Nasceu em que bairro?
- Não. Sou do interior.
Que interior?
- Nasci em Nova Cruz.
Antes que ele fizesse qualquer outro comentário, fui logo dando os parabéns e afirmando que isso é detalhe para ser esquecido.
– Depois me mudei para Jacaraú, na Paraíba, de onde vim para Natal.
Carlos Alexandre não parece ter qualquer problema em relação às suas origens. Pergunto seu nome verdadeiro e ele diz sem o menor constrangimento.
- Pedro Soares Bezerra.
É logo em seguida conta sua vida em Natal, onde teve de trabalhar logo como padeiro e balconista na Padaria Bom Jesus, dos seus irmãos José e Nazareno Soares, lá na Cidade da Esperança.
Sua carreira artística começou de brincadeira com os amigos do bairro. E, embora, seja hoje um cantor romântico, foi lançado num carnaval, em 1977, quando foi campeão do samba-enredo do bloco Cacique do Samba.
Desse primeiro passo, começou a conhecer o pessoal de rádio, aqui em Natal e, pelas mãos de Carlos Alberto, gravou logo a seguir seu primeiro disco, um compacto na RGE com as músicas Arma da Vingança e Canção do Paralítico.
Gravou o disco, mas continuou trabalhando na padaria. Tornando-se caso sui generis chamado de pão nos auditórios e trabalhando como padeiro, depois das apresentações, na padaria.
Mas, o disco, aconteceu e vendeu 85 mil cópias, o que é um número ótimo para muitos nomes consagrados com acesso fácil aos noticiários dos jornais e revistas, quanto mais para um menino tímido da Cidade da Esperança.
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