Abril vai ter oficina de fotografia para deficientes auditivos

As inscrições para a primeira turma da oficina de fotografia do projeto Narrativas do Silêncio já estão abertas. A sua finalidade é mostrar que, mesmo sendo uma pessoa com deficiência (PCD), as suas percepções estão nas imagens. Além disso, poucos cursos de fotografia apresentam acessibilidade. Mas, como será essas aulas?

A oficina, que contará com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), sob os ensinamentos do fotógrafo e designer José Aglio. Durante a atividade, os alunos irão conhecer técnicas relacionadas à chamada fotografia “still”.

O gênero vem da área publicitária, focando em imagens de produtos, podendo estender-se ainda a outros segmentos, como a gastronomia. Os trabalhos dos participantes estarão em catálogo e apresentados numa exposição prevista para acontecer no segundo semestre. 

O evento é direcionado à comunidade integrada por moradores de Natal e acontece no período de 10 a 13 de abril, das 19 às 21h. Será no campus central do IFRN. Ainda mais a matrícula deve ser feita presencialmente na sede da Associação dos Surdos de Natal (ASNAT). A associação fica na Rua Câmara Cascudo, próximo da Igreja Presbiteriana de Cidade Alta.

Uma outra opção de matrícula é no SUVAG (Centro de Saúde Auditiva). Fica na Av. Lima e Silva, 966, em Nazaré. Ainda mais há outro ponto de inscrição, no Centro de Atendimento ao Surdo (CAS), na rua dos Paiatis, nas Quintas.

Vale lembrar que as vagas tem uma quantidade específica de inscritos.

O projeto Narrativas do Silêncio

Lançado em 2015, Narrativas do Silêncio ressurge após o período de pandemia com uma programação ainda mais ampla e diversificada. Nesta quinta edição, entretanto, está com atividades programadas para o período de abril a setembro, o projeto promoverá uma segunda oficina de fotografia, uma oficina de teatro e, pela primeira vez, uma de poesia.

A oficina de poesia e teatro

Com realização prevista para a segunda quinzena de abril, em Parnamirim, a segunda turma de fotografia tem em vista atender as comunidades residentes em municípios da Grande Natal. 

Já as oficinas de poesia e de teatro estão agendadas para os meses de maio e junho. Estreante na programação do projeto, a oficina de poesia vai ter a presença do professor de Libras, Michel Freire Marques, vinculado ao Departamento de Letras da UFRN, e que também leciona as disciplinas de “Literatura Surda” e “Língua, Cultura e Identidade Surda”.

Dedicada exclusivamente à pesquisa, produção e criação de espetáculos acessíveis a surdos e ouvintes, de maneira integrada, a Companhia Fluctissonante, baseada em Curitiba (PR), será a responsável por conduzir a oficina de teatro. Participando do projeto pela segunda vez, a Fluctissonante aproveitará a estadia em Natal, no mês de junho, para apresentar a peça “O Pequeno Príncipe”. Tal como as demais atividades, a oficina de teatro tem como perspectiva a criação de um produto em que os participantes sejam protagonistas.

Falta de patrocinadores impedem de ter mais aulas

Acessibilidade é um conceito abrangente que precisa pôr em prática em diferentes dimensões da vida social, e que é essencial a todo e qualquer processo de inclusão. No entanto, uma das soluções foi procurar as leis de incentivo a cultura, pois fornece isenção de impostos aos patrocinadores, dinheiro para o projeto ganhar mais força e, por fim, descobrem novos talentos da fotografia.

De acordo com a organização, o Narrativas do Silêncio distingue-se de outros projetos culturais, visto que têm a possibilidade de oferecer a potenciais patrocinadores a exposição de suas marcas a públicos-alvo de grandes dimensões.

“Neste ano temos o incentivo da Lei Estadual Câmara Cascudo, viabilizada pelo Governo do Estado do RN, assim como a sensibilidade e a disposição de apoio de empresas locais, como a Ster Bom, patrocinadora desta quinta edição do projeto. Fazem toda a diferença quando se fala em possibilidade de desenvolvimento de iniciativas de inclusão social”, finalizou a organização.