O “Meu Corpo não é Ponto Turístico” é o livro de estreia de Lidi Malheiros, que traz poesia de Natividade, no Tocantins. Mas, ela está em Goiânia desde os 3 anos, depois da adoção dela.
O objetivo da obrar é mostrar o sentimento de uma mulher negra e compartilhar a sua arte. Mas também, um meio de que outras pessoas pudessem caminhar junto.
É tanto que o livro é todo ilustrado por sua amiga e ilustradora, Nayara White. Nayara, que atua como ilustradora e tatuadora, morou em Goiania, mas criada no Rio Grande do Norte. Elas se conhecem desde a quinta série do Ensino Fundamental.
“Acho que é importante que ocupamos os espaços e que haja um apoio mútuo para termos cada vez mais voz e representatividade”, disse a goiana de coração.
Compositora, cantora e graduada em Francês pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a poesia entrou na vida de Lidi ainda menina, quando participou de uma publicação de poesias na 5ª série.
“Naquela época achei a situação toda bem empolgante e foi bom ver as pessoas tendo acesso a algo que eu tinha escrito. Fazer poesia é parte de mim”, disse Lidi. De lá para cá, outros jeitos de se expressar foram tomando forma na vida artística de Lidi Malheiros. Mas, a partir de 2015, motivada por memórias, relacionamentos amorosos e, sobretudo, uma sensibilidade de ver e sentir o mundo que só os poetas têm, Lidi Malheiros começou a gestar esse livro.
Mas por que poesia?
A poesia, segundo ela, é o gênero que mais lhe agrada, embora reconheça que faz algo bem híbrido e que dialoga com as diversas linguagens multimídias do século XXI. “Minha poesia deixou de ser algo puro e passou para um gênero híbrido a partir do momento em que vi que havia diversas formas/meios de se fazer poesia, divulgar, publicar e ser interpretada por quem consumia”.
De acordo com a poeta, “As redes sociais facilitou o processo de publicação, porque ter dinheiro para publicar um livro de poesias não é algo que se consiga facilmente e poder publicar de outras formas.”.
O próprio livro é exemplo disso: ilustrações, QR-Codes que levarão a outros exercícios artísticos. Mas, no fim das contas é poesia e pronto.
“Das batalhas que têm de enfrentar/ Se soubesse, assim, de menina,/ Voltava pro útero/ Até o mundo acabar”. Ou quando diz: “Tentei ser poesia a todo custo/ Tentei ser toda forma de arte/ Mas nunca vinguei/ Sou essas letras complicadas”.
um dos trechos que está no livro de Lidi Malheiros, com ilustração de Nayara White.
Mas, quem é Lidi Malheiros nas palavras de Nayara White? “Ela tenta e consegue. Lidi Malheiros transforma palavras em imagens e em sentimentos. E sentimentos em palavras e em poesia”, disse.
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