Eu nunca gostei da Jovem Guarda, mas gosto de Erasmo Carlos, porque ele era o verdadeiro roqueiro daquele meio. Acho as bandas da época só imitava Beatles e Elvis Presley. Após o fim do movimento, ele realmente trabalhou com discos de rock, polemizou (vide a capa do disco ‘Mulher“, feia que dói), foi hippie e romântico. Ao mesmo tempo, arriscou na atuação. Não ficou preso ao tempo dos anos 60, apesar de reconhecer as suas conquistas.
Erasmo não era Jovem Guarda, ele era rock, psicodelia, blues… Era parceiro de Tim Maia com os Sputniks…Dupla com Roberto Carlos nas composições.
Para ele, a Jovem Guarda foi tão revolucionária quanto a Tropicália, uma vez que mostrava a rebeldia da juventude, apesar de viver a Ditadura Militar (1964-1985).
Mesmo com a idade avançada, Erasmo sempre estava produzindo e criando música, tanto que o seu último trabalho foi “O futuro pertence à… Jovem Guarda”, lançado ainda este ano, e foi recentemente premiado com o Grammy Latino, sob a categoria de Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa.
“É tão importante entender o conceito quanto ouvir a música… existem várias formas de amor, e eu preciso de todas. Obrigado a todos que contribuíram para mais essa vitória, esse Grammy é o reconhecimento do nosso trabalho. O Futuro Pertence à Jovem Guarda!!!!!!”
Declarou o cantor nas redes sociais
O álbum traz releituras de clássicos da Jovem Guarda reunindo oito faixas, as quais Erasmo nunca havia gravado anteriormente.
Isto mostra, portanto, que Erasmo Carlos deixou não só um legado cultural, mas também de incríveis canções e parcerias que estarão na memória. Faleceu no dia 22 de novembro, o dia do músico e que sua alma descanse em paz.
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