Na época de transição dos celulares tijolões para o Nókia com jogo da cobrinha, o BCP esteve na vida do natalense. A empresa telefônica era bastante popular na cidade e sua principal loja ficava na avenida Senador Salgado Filho, próximo do novo viaduto, hoje o Quarto Centenário.
O que era BCP
A BCP surgiu em 1998 e foi a primeira vendedora do leilão da privatização da linha móvel da Telebrás. Foi a segunda empresa a entrar em operação como concessionária da Banda B, utilizando TDMA e sem rádios analógicas. Era comum em Natal ter um celular da BCP, uma vez que a companhia atuava apenas no Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará, Alagoas, Pernambuco e Piauí.
A Banda B e TDMA, para quem não sabe, é de uma época antes dos celulares com chip.
Em novembro de 1998 lançou o Alô Fácil, o primeiro celular pré-pago 100% digital na região. A ideia era igual o cartão do orelhão, no qual você pagava por um crédito para ligar e depois fazia a recarga. Muitos lembram da BCP por popularizar os famosos “celular a cartão” pelo público.
Naquele momento, portanto, muitos pais acreditaram ser a melhor forma de conceder a comunicação móvel aos seus filhos, visto que não pagariam caro por isso.
Além disso, ajudou a popularizar o uso de celulares, visto que na época só quem era rico que podia ter telefonia móvel.
Os criadores da empresa foram o Grupo Safra, que detinha 42,5% do capital da BCP, a americana Bell South, que funcionava como operadora da companhia e detinha também 42,5% de seu capital, e o Grupo Oesp, que publica o jornal O Estado de S.Paulo, com 5% das ações.
Por que faliu
Em março de 2002, os acionistas da BCP deixaram de pagar uma dívida de US$ 375 milhões a 41 bancos credores. A partir daí, a companhia entrou em crise financeira e chegou a acumular uma dívida de US$ 1,5 bilhão. Os bancos credores, liderados pelo ABN Amro Bank, assumiram a incumbência de buscar um comprador para a companhia, cujos principais acionistas são a americana BellSouth e a Verbier (empresa dos irmãos Joseph e Moise Safra). Entretanto, nas últimas semanas, a América Móvil e a TIM disputavam o negócio.
O que aconteceu
A BCP terminou sendo vendida em 2003 para o grupo mexicano Telmex, e logo sua marca foi extinta, encerrando assim um capítulo agitado da telefonia nacional. Seus números migraram para a operadora Claro, do bilionário Carlos Slim Helú. O negócio resultou em um valor de US$ 625 milhões.
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