Quando pensamos no período da Belle Époque pensamos no período bastante intelectual e boêmica da Europa, principalmente no início do século XX, no qual houveram várias transformações culturais, era o período que as pessoas consideravam belo e inovador. Era o período que as pessoas começaram a andar de carro, bicicleta, telefonar para pessoas, dirigir carros e os aviões começaram a dar os primeiros voos. As pessoas liam Charles Baudelaire, Oscar Wilde e Balzac. Mas, Natal presenciou essa época? Na verdade o Rio Grande do Norte todo, principalmente nos primeiros 30 anos do século XX.
Neste período, as pessoas do campo estavam fugindo para Cidade Grande e o Nordeste passava por um intenso período de seca. Enquanto isso, os mais ricos de Natal estavam ansiosas em modernziar a cidade e imploravam pelas grandes invenções, consideradas como sinal de progresso. As influências dos natalenses eram Paris, Rio de Janeiro e Recife. Neste período, a capital do Rio Grande do Norte era bastante dependente de Recife e não havia indústrias ou recursos próprios. Para os grandes intelctuais, a tecnologia parecia uma solução para o desenvolvimento do RN. O primeiro sinal de “evolução” para os potiguares foi a chegada de uma estrada para Macaíba e uma ferrovia à Santa Cruz. No entanto, isso não ajudou a capital crescer e ansiedade de tirar a imagem de uma Natal rural, que relembra o período do colonialismo, cresceu de uma vez.
Por isso, a elite natalense juntou forças para ser uma cidade dos moldes do Rio de Janeiro e desejava se equipar com modernos aparatos urbanos e ter uma fluente vida social. Eles tinham a ideia de trazer a civilização aos natalenses. Por isso, quanto mais parecida com as cidades europeia, melhor.
Mas, era o período que chegava o Teatro Alberto Maranhão (antigo Carlos Gomes) e o cinema Polytheama, mostrando os primeiros sinais de entretenimento na cidade, além de aparecer os primeiros bares, cafés (ex: Potyguarania) e bilhares e as pessoas começaram a tomar seu chopp. Na parte da urbanização, surgiu o bairro de Cidade Nova, onde hoje fica a região de Petrópolis e Tirol, os moradores sempre queriam que tivesse uma imagem similar ao Rio de Janeiro, essas ideias eram difundidas nos jornais, como “A República”. Tanto que a Ribeira e Cidade Alta eram referidas como a parte velha.
Uma das formas de mostrar que Natal era moderna, o novo bairro tinha o campo de treinamento do ABC, o estádio Juvenal Lamartine, a Praça Pedro Velho e o Aero Clube de Natal. Na parte literária, entre os destaques está a revista “A Cigarra”, que narrava os comportamentos da vida urbana do natalense da Belle Époque.
Além dos citados, outros prédios marcaram a Belle Époque natalense, como o Instituto Histórico e Geográfico, o Atheneu e a Escola Doméstica eram exemplos de educação para as elites, e para se divertir e exercitar era a moda participar do Club de Tiro de Guerra e o Natal Sport Club, onde as pessoas praticavam canoagem no Rio Potengi.
Nas festas natalenses, a música que rolava era o jazz e o tango, levando os jovens a dançarem bastante. E as asssociações para discutir vários assuntos sobre a vida moderna cada vez mais crescia e interessando várias . As avenidas dos principais centro comerciais estavam começando a ficar cheias de automóveis.
No comércio, as lojas de departamento traziam o melhor da Europa, fazendo as dondocas natalenses rapidamente comprar as vestimentas que era a última sensação em Paris e nas principais cidades brasileiras. Se não comprasse, era considerada uma pessoa inadequada ou está ligada ao progresso, algo que era bastante enfatizado nos comerciais nos principais jornais e cartazes que eram espalhados por toda a capital do RN.
O período da Belle Époque em Natal foi encerrada em 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder.
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