O relógio batia às 14 horas quando alguns usuários na internet, principalmente que moram em São Paulo e região metropolitana, começaram a questionar que a cidade estava escura, uma vez que ainda era o início de tarde. Nos fóruns, como o LDRV, muita gente realmente pensou que o mundo estava acabando, outros diziam que era por conta das gravações de uma série com o ator libanês Keanu Reeves (sim, ele nasceu no Líbano) e outras especulações surgiam a todo momento. Até arranjar uma resposta: incêndio na Amazônia.
De acordo com o Portal Terra, a resposta está na combinação de fumaça e de muita umidade trazida por uma frente fria que chegou ao litoral paulista nesta segunda-feira (19). Na região da cidade de São Paulo, o céu escureceu no meio da tarde por causa da densa camada de nuvens baixas e carregadas, em tons de cinza, e da densa névoa baixa que se formou e restringiu a visibilidade. Esta situação foi observada no leste do estado de São Paulo, onde estão a Grande São Paulo, o litoral e também no Vale do Ribeira e o Vale do Paraíba.
A fumaça era de grandes focos de queimadas que há vários dias são observados sobre a Bolívia, em Rondônia, no Acre e no Paraguai. O vento das camadas mais elevadas da atmosfera (entre 1000 metros e 5000 metros de altitude) mudou de direção com a passagem da frente fria fazendo com que a fumaça fosse direcionada para o estado de São Paulo, mas também para a região sul de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
No fim de semana, a direção do vento fez com que a fumaça fosse para o extremo sul do Brasil, atingindo principalmente o Rio Grande do Sul. Mas no domingo, 18, a mudança na direção do vento fez com que a fumaça já chegasse em grande quantidade ao Paraná. O céu do norte do Paraná ainda estava tomado por fumaça nesta segunda-feira, avançando em direção ao Mato Grosso do Sul e Paraná e já passando sobre São Paulo no dia 19/8/19. Veja a imagem a seguir:
O número de focos de queimadas cresceu 70% este ano (até o dia 18 de agosto) na comparação com o mesmo período de 2018. Ao todo, o Brasil registrou 66,9 mil pontos, segundo a medição do Programa Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os dados apontam que as queimadas atingiram maior índice desde 2013. Segundo os números do Inpe, o bioma mais afetado é o da Amazônia, com 51,9% dos casos. O cerrado vem em seguida com 30,7% dos focos registrados no ano.
Recentemente foi registrado um grade foco de incêndio na região de Roraima, que está atingido os seus estados vizinhos. O fogo aconteceu na reserva ambiental Margarida Alves, que fica na região de Nova União e durou mais de 20 dias, o fogo só foi controlado por conta de uma forte chuvas. Porém destruiu mais de mil hectares, o que corresponde aproximadamente 10 quilômetros quadrados de floresta destruída.
O Estado do Amazonas decretou situação de emergência no sul do Estado e na região metropolitana de Manaus por causa de queimadas, o governo do Acre, por sua vez, declarou na sexta-feira (16), estado de alerta ambiental também por causa dos incêndios em matas. O problema se espalha pelo Mato Grosso e pelo Pará, mas não se restringe à Amazônia, ocorrendo em vários cantos do Brasil.
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