Construída há mais de 100 anos, a Ponte de Igapó é um dos mais famosos acessos para os bairros da zona Norte, onde carros, ônibus, pedestres e trens circulam todos os dias. A mesma foi construída em 1913, concluída em 1915 e inaugurada em 20 de abril de 1916 (ano que vem aquela estrutura completa 100 anos). Havia apenas duas vias em sentidos opostos, mais a linha férrea. Sua função era a de permitir a passagem dos trens da Estrada de Natal aos municípios do interior do Rio Grande do Norte. Foi uma das três primeiras pontes brasileiras que ainda permanecem “viva”.
Recentemente, a gente achou uma imagem para mostrar como era a ponte por dentro. Veja essa imagem a seguir de 1939, registrada por José Guará:
A via para asfalto era tão estreita que mal cabia um carro e ainda se misturava com os pedestres.
Recentemente, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte apontou que 79% das pessoas que trafegam no espaço não se sente seguros de passar naquela região. A pesquisa é do grupo de Pesquisa de Dinâmicas Ambientais, Riscos e Ordenamento do Território (Georisco), vinculado ao Departamento de Geografia. O trabalho buscou identificar qual a percepção da população potiguar frente ao risco de desastres tecnológicos na ponte e a real condição de conservação do equipamento, com a aplicação de questionário na internet e uma visita técnica com acompanhamento da Capitania dos Portos de Natal e da Marinha do Brasil, no dia 21 de março de 2017. Os resultados do estudo foram apresentados à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) durante o V SEM Desastres, seminário realizado pelo Georisco em outubro. O grupo, também, prepara um novo documento para encaminhamento ao Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Com a visita técnica, os pesquisadores constataram danos causadas pela ação natural do meio ambiente, pela ausência de manutenção e pelo impacto de cargas que circulam na extensão da ponte. Entre as rupturas identificadas estão a desagregação do concreto, a oxidação dos pilares e algumas perfurações nas estacas de fundação. A dinâmica da maré e agentes externos como aumento da salinidade, erosões flúvio-marinha e eólica, além das chuvas são, em grande parte, os fatores responsáveis pela corrosão das ferragens da estrutura e desagregação do concreto.
Erguida sobre o estuário do Rio Potengi, a Ponte de Igapó, cujo nome oficial é Presidente Costa e Silva, é a principal via de acesso da população da Zona Norte e de municípios vizinhos, como Ceará-Mirim e Macaíba, às demais zonas da cidade de Natal. Construída há 47 anos, a estrutura de concreto armado não passa por reparos há 27 anos. Embora a cidade conte hoje com um novo equipamento, a Ponte Newton Navarro, que liga os bairros de Redinha e Santos Reis, a Ponte de Igapó continua sendo muito utilizada, atendendo a um grande fluxo de transporte de passageiros. Pelo tempo que foi construída, já foi alvo de especulações sobre um possível desabamento, devido ao desconhecimento de reformas na estrutura.
Relatórios do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) também foram utilizados para sustentar a pesquisa. Dos participantes da pesquisa, 56% residem na Zona Norte de Natal, 22% na Zona Sul, 13% são de municípios vizinhos, 7% vivem na Zona Oeste e 2% moram na Zona Leste da cidade. Destes, 80% afirmaram que seriam prejudicados em uma possível interdição da ponte, o que demonstra a importância da edificação para Natal.
A estrutura tem 606 metros de extensão, 12,6 de largura e recebe um fluxo de 37 linhas de ônibus municipais, 14 linhas de ônibus interurbanos, 13 viagens diárias de trem, além do tráfego de aproximadamente 60 mil veículos diariamente. A última manutenção foi realizada em 1990, segundo o DNIT.
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