Recentemente, eu recebi um release falando de Benito di Paula e o último show dele em Natal. O que o Brechando tem a ver com o cantor? O fato de não julgar algo pela capa, se você olhar esse cantor, você jura que ele canta tudo, menos samba. Além disso, eu consegui fazer uma comparação entre jazz, samba e rock, afinal são músicas que saíram de uma mesma raiz em comum.
Você pode não associar a imagem do Benito di Paula às suas músicas, mas com certeza você já cantarolou esporadicamente: “ÊÊÊÊÊ, MEU AMIGO CHARLIE BROWN”, que por sinal é conhecida internacionalmente e virou música para dançar na Pump it up, aquelas máquinas de dança que ficam nos parques de diversões de shopping. Conhecido mundialmente por, na década de 70, ter inovado ao introduzir o piano ao ritmo do samba, Benito conseguiu levar sua música para o mundo inteiro se apresentando em países como México, Japão, EUA, Angola, Argentina e etc.
As músicas deles ecoaram aqui em casa por conta da minha mãe adora cantar o refrão de:
Mas chegou o Carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei
Ou ter um pouco de autoestima com:
Agora chegou a vez, vou cantar
Mulher brasileira em primeiro lugar
Quando era mais nova, o meu lado roqueira só via cafonice no Benito, apesar do estilo parecer bastante de roqueiro de hard rock. Não compreendia que aquele baixinho transformou aquele instrumento de corda em algo que pudesse mexer os pés para o samba, transformando o erudito em popular, no qual até hoje suas canções são regravadas e escutada até pelos roqueirinhos. Assim como o rock fez com que o violão tivesse um som mais quente e elétrico.
No entanto, após quase 50 anos de carreira, ele apresenta um novo show no Brasil chamado “Fim de Papo”, que o nome sugestivo comprova ser uma possível última turnê, que passará por Natal no dia 04 de maio, no Teatro Riachuelo, que fica no terceiro piso do Midway Mall. Se ele não for igual ao grupo Scorpions, que há 10 anos promete que haverá uma última turnê, no qual eu fui uma delas. Por sinal, ele enganaria fácil sendo um cantor de hard rock, com aquela voz grave e estilo.
Benito di Paula, no entanto é seu nome artístico, pois seu nome verdadeiro é Uday Vellozo. Começou tocando jazz, mas criou o chamado samba-joia, que mistura piano com jazz, que também é uma das raízes do Rock N’ Roll.
Apesar do samba ser popular, ele foi censurado pelos militares por trazer um cover de “Apesar de Você”, de Chico Buarque, outro artista queridinho pelos roqueiros por conta das letras e arranjos muito bem arquitetados. Estourou nas paradas de sucesso com o terceiro, “Um Novo Samba”, onde já aparecia na capa com sua longa barba e cabelos, inúmeras correntes, brincos, pulseiras, etc.
Autodidata, pianista, cantor e compositor. Estas são algumas palavras que podem ser usadas para descrever o artista Benito Di Paula. Após 48 anos de estrada, apresenta a sua nova turnê, “Fim de Papo”. Em seu legado, são 35 discos gravados e mais de 45 milhões de cópias vendidas pelo mundo. Para sua despedida, Benito preparou releituras dos seus maiores sucessos para o público. Os shows contarão com a presença do filho, Rodrigo Vellozo.
Dentre os seus maiores sucessos destacam-se “Charlie Brown”, “Mulher Brasileira”, “Retalhos de Cetim” (Já chegou o carnaval, ela não desfilou…), “Do Jeito Que a Vida Quer” e “Ah, Como Eu Amei”.
Serviço
Dia: 04/05 – Sábado, às 21h
Duração: 90min.
Classificação: Livre
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