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O que você faria ao ler este cartaz da foto?

O rapaz está de olhos vendados na calçada do Midway Mall em direção da Av. Salgado Filho e segurando um cartaz que diz: Eu sou Gay, você me abraça ou me bate? Esta ação foi do youtuber Samuca Angelo que resolveu esta semana fazer um experimento social e o resultado pode ser visto na volta…

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O rapaz está de olhos vendados na calçada do Midway Mall em direção da Av. Salgado Filho e segurando um cartaz que diz:

Eu sou Gay, você me abraça ou me bate?

Esta ação foi do youtuber Samuca Angelo que resolveu esta semana fazer um experimento social e o resultado pode ser visto na volta do seu canal, que foi hackeado na última vez após conseguir três mil seguidores.

“Sou gay e afeminado. É uma forma de mostrar como a homofobia é presente e não é frescura, principalmente para aqueles que é afeminado como eu, cujo machismo exige que a gente tenha que tomar atitudes de ‘homem’. As pessoas querem exigir que a gente siga um determinado padrão”, disse o Samuca, que começou a criar um canal para externar o seu lado desinibido que apareceu fazendo teatro na escola e mostrar o seu lado artístico.

A ação não foi feita por acaso, visto que em 2017, além dos 387 homicídios de LGBT, o Grupo Gay da Bahia, importante organização não-governamental (ONG) sobre o assunto, registrou a ocorrência de 58 suicídios no Brasil, sendo 33 gays, 15 lésbicas, 7 trans e 3 bissexuais. Sete suicidas estavam na faixa etária de 14 a 19 anos, 13 entre 20 a 29 anos e 6, de 30 a 36 anos. Alguns deixaram cartas denunciando o sofrimento.

“Eu saí do armário há dois anos, porque estava cansado de mostrar alguém que não era realmente eu. Porém, foi difícil, eu tive que arcar as consequências, como o forte bullying com meus colegas de escola, desde brincadeiras de mau gosto até zombarias”, alegou.

De acordo com o youtuber, o preconceito começa nos lares, quando “os pais temem que os filhos saem do armário com medo da LGBTfobia e de sua morte pelo mesmo motivo”. O Samuca alegou que foi através de um vídeo que mostrou à sua mãe que era gay, “embora a sempre desconfiou.”.

Durante a rápida entrevista com o Brechando, o Samuca falou que ficou feliz com a boa recepção do projeto e dos abraços que recebeu das pessoas. No entanto, isso não quer dizer que não houve hostilização. “Embora tenha muito mais pessoas que me abraçaram e disseram mensagens carinhosas, algumas pessoas chegaram a me dá um leve tapa ou insinuar um assédio ou alguma agressão, isso me deixou com muito medo.”.

O Brechando não só abraçou o Samuca, mas também divulgou a palavra da Rupaul para ele ouvir e se sentir protegido. Apesar do nosso encontro ter sido desconstraído, o papo é sério.

Divulgando a palavra de Rupaul para o Samuca (Foto: Lara Paiva)

A causa das mortes registradas em 2017 segue a mesma tendência dos anos anteriores, predominando o uso de armas de fogo (30,8%), seguida por armas brancas cortantes, como facas (25,2%). Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se mais homossexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBTs.

Além do Midway Mall, a ação foi feita na Praça Cívica no bairro de Petrópolis e fez o experimento social com uma mulher negra, deficiente físico e uma pessoa trans. O vídeo pode ser visto a seguir:

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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