A palavra inglesa rocket é foguete. Já design pode ser considerado sinônimo de desenho. Então, um grupo de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) fazem parte do Potiguar Rocket Design, projeto de extensão, orientado pelo professor George Marinho, que faz miniaturas de foguetes para competir com outras instituições de ensino superior. Apesar de parecer uma grande brincadeira, o grupo leva a sério, visto que eles aprendem a fazer motor (eles não usam motor de carro para isso), construir material ideal para que o foguetinho alcance o mais alto possível, o design ideal para diminuir o atrito e dentre outras atividades.
“O projeto reúne estudantes das mais variadas engenharias, visto que precisa de várias especialidades para poder criar o melhor foguete possível e não apenas fazer o lançamento e pronto, precisa de diversos estudos, assim como fosse construir aqueles que são feitos pela Nasa e outras agências espaciais”, disse Gabriel Pichorim, estudante de Engenharia Mecânica e um dos participantes do projeto, que estava com suas atividades expostas na Campus Future, local onde reunia vários projetos científicos dentro do evento.
O objetivo do projeto é difundir a ciência e tecnologia espacial no Rio Grande do Norte e conta com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB). Agora, a equipe composta por 16 pessoas está finalizando um dos foguetes para a competição que vai acontecer no fim do mês em Curitiba, na categoria de mini-foguetes.
“A gente também está se preparando para fazer um foguete maior, acreditamos que seja finalizado em tempo para uma outra competição”, explicou o Gabriel. Essa competição é nada mais que nada menos que a Cobruf (Competição Brasileira Universitária de Foguetes), a mais avançada do mundo em sua categoria e, por isso, requer um alto nível operacional. Ela acontecerá em setembro e será sediada no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim.
Os estudantes se reúnem para criar a melhor estrutura possível. “Como um foguete é uma estrutura complexa, a nossa equipe é dividida em vários setores, como estrutura (se o material vai aguentar durante o lançamento e no voo), produzir a base de lançamento, criação da tecnologia para criar os mecanismos na hora de lançar e dentre outras atividades.”.
Na parte estrutural, os foguetes da Potiguar Rocket Design são feitos com fibras de vidro e revestido de poliéster, pois o segundo citado junto com o catalisador ajuda proteger a fibra para que o mesmo não seja destruído. Além disso, eles fazem diversos estudos, desde o peso do foguete até o quanto coeficiente de atrito deve ter para que a atividade seja um sucesso. “Não adianta ter o material mais resistente do mundo, se ele for destruído quando for lançado. Por isso a importância de ter várias pessoas da área para que o nosso foguete seja o melhor possível”, alertou.
Pichorim comentou que também estuda as condições de temperatura e pressão. Sim, a física, química e o design todos unidos neste grupo e uma falha de uma das equipes pode fazer anos de preparo tudo a perder.
Existem três categorias de foguete: Classe A, Classe B e Classe E. “Elas recebem este nome por causa da relação do impulso do motor, quanto mais perto da letra Z, mais impulso o foguete terá. Já os motores, por sua vez, são feitos por componentes sólidos ou líquidos. Escolhemos trabalhar com material sólido por conta dos recursos oferecidos e é bem mais barato. Para fazer o motor colocamos em uma estrutura metálica em formato de envelope e colocamos na parte interna de outro material dentro do foguete. Nós fazemos todo o cuidado para que o material não vaze”, contou.
O Gabriel Pichorim contou que o motor destes foguetes tem uma pressão 70x maior que uma simples panela de pressão de cozinha. “A explosão deste foguete é algo extremamente mortal, por isso temos bastante cuidado ao produzir.”.
Apesar de todas as dificuldades, o estudante de engenharia mecância ama trabalhar com a equipe. “Aventura de trablhar com algo novo é muito bom. Para a sociedade pode parecer uma besteira ou é difícil demais para entender, mas estamos trabalhando para melhorar a parte aeroespacial do Brasil e é muito mais gratificante. Graças ao desenvolvimento espacial, muitas coisas que utilizamos hoje forma feitas através de expedições para fora do planeta”, finalizou.
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