O rapper paulista Emicida fará uma apresentação no dia 25 de novembro, no Teatro Riachuelo, no qual interpretará as canções do sambista Cartola, que tem como maiores sucessos, as músicas “As Rosas não Falam” e “O Mundo É um Moinho”. As apresentações acontecerão não apenas em Natal, mas também em Fortaleza e Recife.
Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda menino e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.
Emicida, por sua vez, nunca deixou de flertar com o samba. Para homenagear um de seus ídolos, se rende de vez a ele, arriscando-se inclusive além das rimas, no show em que relê “Cartola 1974”, do músico homônimo. Para dar a faixas como “Tive Sim”, “O Sol Nascerá” e “Acontece” nova roupagem neste encontro com o rap, o MC convocou o parceiro Thiago França (Metá Metá). Juntos os dois assinam a direção musical da apresentação. França também toca flauta e saxofone e DJ Nyack comanda os toca-discos. A banda ainda conta com violão 7 cordas, guitarra, cavaco, bateria percussão e baixo.
Familiarizado com o samba que ecoava nas casas e bares da quebrada desde a infância, na zona norte de São Paulo, Emicida construiu no rap as bases da sua história musical, mas sem nunca deixar de flertar com o gênero que conheceu por meio de Cartola e Adoniran Barbosa, entre outros. Com o passar dos anos, essa aproximação foi ficando cada vez mais evidente. Em “O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui”, por exemplo, o gênero tem presença marcante.
Ainda fazem parte do repertório clássicos como Difarça e Chora e Alvorada. Também há espaço para homenagear Adoniran Barbosa, na famosa “Saudosa Maloca”.
O projeto teve início a partir de 2014 quando Emicida foi convidado a escolher e interpretar um álbum lançado há 40 anos. A escolha foi por Cartola em 1974. O resultado e o sucesso foram tão intensos que o show ganhou a estrada e roda o Brasil desde então.
Uma das interpretações do rapper com o sambista da mangueira pode ser visto a seguir:
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