Quando você pensa em rua no bairro da Ribeira, você pensa nas ruas Chile, Tavares de Lira e Dr. Barata. Mas porque a terceira citada tem esse nome? Descobrimos quem era o Dr. Barata. Ao contrário de que muitos pensam, ele realmente era uma pessoa e não um inseto. O nome dele é Cipriano José Barata de Almeida, natural da Bahia, formado na tradicional Universidade de Coimbra, em Portugal e passou na cidade durante o período de um ano, entre 1837 e 1838. Como chegou em Natal?
O Dr. Barata veio para Natal a convite de amigos e antes era um forte militante em favor da Independência do Brasil.
Ele veio à cidade para ensinar francês no Atheneu e exerceu a clínica médica na Cidade Alta e na Ribeira. Ele participou da Conjuração Baiana (1798), sendo detido quando da repressão que se seguiu. Há quem afirme que foi ele o redator do “Manifesto ao Povo Bahiense”, que conclamava a população à revolução. Também steve envolvido, posteriormente, na Revolução Pernambucana (1817).
Foi deputado pela Província da Bahia às Cortes de Lisboa, em 1821, identificando-se com a ala mais radical da deputação, personificando um nativismo exaltado, o que enfureceu os deputados portugueses. Diante da pressão sofrida retornou ao Brasil, defendendo publicamente a separação de Portugal. Vindo da Corte, e impedido de atingir Salvador, dominada pelas tropas portuguesas de Inácio Luís Madeira de Melo, estabeleceu-se no Recife, onde estreou na imprensa nas páginas da Gazeta de Pernambuco. Aí principiou a denunciar desde as pretensões absolutistas de D. Pedro, à ameaça de recolonização do Brasil e o perigo que pairava sobre a Assembleia Nacional Constituinte. Pouco depois fundou o próprio veículo de comunicação, o jornal Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, cujo primeiro exemplar sai à luz em 9 de abril de 1823.
Eleito deputado pela Bahia, negou-se a participar da Assembleia Constituinte, percebendo-a “cercada de mais de sete mil baionetas, tropas formadas de grande número de nossos inimigos portugueses”, não podendo “discutir uma constituição liberal, e sustentar os sagrados direitos dos meus constituintes entre os estrondos de artilharia, e com espadas na garganta”. Essas afirmações datam de 7 de novembro de 1823, alguns dias antes do fechamento e dissolução da Assembleia pelas tropas a mando do Imperador.
Morreu no dia primeiro de junho de 1838. Foi deputado pela Província da Bahia às Cortes de Lisboa, em 1821, identificando-se com a ala mais radical da deputação, personificando um nativismo exaltado, o que enfureceu os deputados portugueses. Diante da pressão sofrida retornou ao Brasil, defendendo publicamente a separação de Portugal. Vindo da Corte, e impedido de atingir Salvador, dominada pelas tropas portuguesas de Inácio Luís Madeira de Melo, estabeleceu-se no Recife, onde estreou na imprensa.
Aí principiou a denunciar desde as pretensões absolutistas de D. Pedro, à ameaça de recolonização do Brasil e o perigo que pairava sobre a Assembleia Nacional Constituinte.
Depois, abandonou a política e veio para Natal.
Depois de sua morte, nas décadas de 30 até 50, a atividade comercial era tão intensa quanto a Rua do Commercio, hoje conhecida como a Rua Chile. Destacava-se pelo comércio de produtos de melhor padrão e recebia pessoas de todas as partes da cidade. Segundo o blog Natal de Ontem, para ir à rua Dr. Barata, mesmo residindo na Ribeira, era de bom tom usar chapéu e luvas, uma vez que as pessoas que circulavam nas ruas andavam elegantemente.
Lá funcionou o comércio de modas de Natal; no comércio de ferragens destacava-se a empresa Galvão & Cia., da família de Clemente Galvão. No número l65, havia o Café Globo, de Luiz de Barros; no l67, a livraria e papelaria do Sr. João Argílio, uma das principais da cidade e a mais procurada.
Ainda tinha a Alfaiataria Brasil, especializada em fardamento militar, mas que também atendia civis, vestindo as principais figuras da vida natalense; a firma José Farache & Filhos funcionou no 233. Era uma grande loja de calçados e chapéus. Lá também esteve em atividade o Sr. Carlos Lamas, vendendo artigos esportivos, instrumentos musicais e representações e, por fim, a Mercantil Valparaíso, de Salvador Lamas.
Outros empreendimentos tiveram lugar na Rua Dr. Barata. A Caixa Rural e Operária de Natal, administrada pelo Sr. Ulisses de Gois, que emprestava recursos para construção da casa própria; o Sindicato das Empresas de Passageiros de Natal, que posteriormente se transferiu para o Alecrim; o Centro de Imprensa e o Jornal A Ordem; a Casa LUX, no número 200, vendia material elétrico, a Casa Gondim, o Armazém Ganha Pouco, a agência do Loyd Brasileiro, a Livraria Henrique Santana e muitas outras casas comercias ao longo do tempo.
Durante a II Guerra Mundial, na década de 40, ocorreu a fase áurea da atividade comercial da rua Dr. Barata, onde funcionou a Livraria Cosmopolita e o Banco de Natal, que atraía figuras da elite local. Lá se reunia figuras da sociedade e políticos como o governador Rafael Fernandes.
Terminada a guerra, muitas casas comerciais fecharam, outras foram transferidas para a Cidade Alta ou para o Alecrim. Na Dr. Barata ficaram algumas poucas lojas, escritórios e firmas de representações.
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