Apesar do Rio Grande do Norte ter mais de 160 municípios, algumas cidades não possuem uma maternidade para que a criança possa nascer. Além disso, muitos bebês passam por problemas dentro da gestação e os casos mais graves são levados para as maiores cidades, como Natal e Mossoró, para que o parto seja realizado. Sem contar que durante uma gestação de risco, muitos nascem prematuros e são obrigados a ficar internados por mais tempo com o objetivo de ganhar peso. E agora? O que fazer com a mãe que está longe da sua cidade? A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou a existência de uma casa para abrigar as mães dos pacientes do Hospital Santa Catarina, na zona Norte.
A Casa da Mãe Cidadã funciona dentro do hospital Santa Catarina, num espaço próximo aos leitos de UTI Neonatal, onde as mães moram até que seus filhos se recuperem e possam ir pra casa. A casa dispõe de três dormitórios com 16 camas no total, além de sala de estar e TV, cozinha, área de serviço e espaço para refeições, que são fornecidas pelo hospital para as mães a cada três horas.
De janeiro a agosto o hospital realizou um total de 22.182 atendimentos, sendo 7.597 somente na área de obstetrícia. Pacientes dos municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim, Extremoz, Macaíba, João Câmara, Touros e Maxaranguape são os que mais procuram atendimentos na unidade.
A unidade que tem mais de 30 anos de funcionamento possui 225 leitos no total e mais de 1.300 funcionários. É um hospital geral, de alta complexidade, que atende os casos de urgência e emergência, clínica médica e cirúrgica. Além disso, é referência estadual para os partos de alto risco e cuidados neonatal.
São considerados prematuros os bebês que nascem antes das 37 semanas de gestação, e eles só recebem alta após atingirem o peso de dois quilos. No Santa Catarina estes bebês são acompanhados de perto até os dois anos de idade, por pediatras, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos que avaliam, entre outras coisas, o ganho de peso e a cognição destas crianças – é o chamado “follow up”, acompanhamento recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Todas as crianças nascidas no Santa Catarina realizam os testes de orelhinha, pezinho, coraçãozinho e olhinho, este último responsável por identificar o surgimento da retinopatia (muito comum em prematuros e que pode causar cegueira). Recentemente a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) adquiriu um aparelho fotocogulador a laser que possibilitou a realização de cirurgias para correção do problema, evitando o deslocamento dos bebês para cirurgia. Os procedimentos são realizados todas as quartas-feiras por um oftalmologista neonatal especializado em retina. Estão sendo realizados, em média, 8 a 10 procedimentos por mês.
Ao lado da UTI Neonatal, também funcionam os leitos de Médio Risco – para os bebês que já respiram sem ajuda de aparelhos, e os leitos da Unidade de Cuidados Intensivos Canguru (Ucinca), onde as mães e/ou outro familiar podem ter um contato mais próximo com os bebês. É o chamado método canguru que permite o contato pele a pele com o bebê fortalecendo os vínculos familiares.
Possui 10 leitos de UTI adulto e 28 leitos de UTI infantil – sendo 20 neonatal e 8 leitos de médio risco, além de 12 leitos de cuidados canguru (Ucinca).
O hospital serve ainda como campo de estágio para diversas universidades e abriga turmas de residência médica em neonatologia e de especialização em enfermeiro obstetra numa parceria da UFRN, UFMG, Rede Cegonha e Ministério da Saúde.
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