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Por que apoiamos o Setembro Amarelo?

Somos uma Geração Fluoxetina. No Brasil, já se tornou um problema de saúde pública com o registro de aproximadamente 9 mil suicídios por ano ou uma morte a cada hora. Se quer ajudar alguém com depressão, tenha ficar bem preparado, pois é uma carga de energia muito pesada que um depressivo aguenta. Por isso em…

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Somos uma Geração Fluoxetina. No Brasil, já se tornou um problema de saúde pública com o registro de aproximadamente 9 mil suicídios por ano ou uma morte a cada hora. Se quer ajudar alguém com depressão, tenha ficar bem preparado, pois é uma carga de energia muito pesada que um depressivo aguenta. Por isso em setembro, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criou o Setembro Amarelo, que está atenta a este problema de saúde pública e acredita que poderia ser atenuado, se os profissionais que atuam na saúde mental fossem mais bem capacitados e se os serviços de emergência, funcionassem de maneira adequada. Na área de prevenção é necessário desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida, de educação e de proteção e de recuperação da saúde.

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O Ministério da Saúde, em 2006, criou uma portaria que cria diretrizes nacionais de prevenção. O órgão considera um problema grave de saúde pública. A portaria foi criada devido o aumento de casos entre jovens de 15 a 25 anos.  A portaria pode ser lida neste link.

O suicídio é mais próximo que a gente pensa.  Pouca gente fala do suicídio, mas é uma das coisas que mais mata os jovens brasileiros. A maioria julga bastante aqueles que chegaram a esta situação, apontando que “vão ao inferno”, compartilhando fotos dos casos nas redes sociais e dentre outras coisas.  Entretanto, são poucas que tentam ter compaixão de uma pessoa que chegou nessa fase.

Quem comete o ato de se matar acredita que não é forte o suficiente para enfrentar um problema e resolvê-lo, passa a prevalecer um forte sentimento de incapacidade ou incapaz de tolerar a dor emocional que a crise está produzindo. O ato de retirar a própria vida já registra 1% de todas as mortes de crianças e adolescentes do país. Esse valor, há 30 anos, era de 0,2%. Ou seja, em 1986 esse número era 455 e em 2013 saltou para 788. Portanto, houve um aumento de 63,5%.

Então, surge vários questionamentos: Por que as pessoas estão fazendo isso? O que causa? Sabemos que este número é maior que em países da Europa e na Austrália.

Os dados fazem parte da pesquisa Violência Letal: Crianças e Adolescentes do Brasil. Eles foram compilados pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), um organismo de cooperação internacional para pesquisa. Sabia que o Brasil é o 43º país que mais perdem adolescentes dessa seguinte forma? O mesmo estudo aponta que quase duas crianças e adolescentes de 9 a 18 anos consumaram suicídio por dia no Brasil, em 2013. Em quase todas as idades (excluindo a de 19 anos), as taxas aumentaram entre 2003 e 2013. Em 2003, a taxa de suicídio na faixa de 9 a 19 anos era de 1,9 em 100 mil; em 2013, a média elevou-se para 2,1.

Os números são do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, que registra suicídios a partir dos 9 anos. Foram mais de 21 mil mortes desde o ano de 1980.

Os índices são relativamente baixos quando comparados a outros países, mas vêm crescendo lentamente ao longo do tempo. Nas comparações internacionais com mais 89 países, o Brasil ocupa a 43ª posição no ranking, com taxa de 0,7 suicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade; a 51ª posição entre os adolescentes de 15 a 19 anos, e a 53ª no conjunto de 10 a 19 anos de idade.

Vale ressaltar que a proteção oferecida pelo casamento em relação ao suicídio é mais importante para os homens do que para as mulheres. O isolamento social ou as relações sociais conflituosas são encontrados frequentemente nos suicidas. Assim, discórdia familiar chega a aumentar em 20 vezes o risco de suicídio.

De acordo com o estudo da Flasco, o Nordeste registra o maior número de casos, 297. Depois vem o Sudeste (205), Sul (145), Norte (137) e Centro Oeste (94).  Dos estados nordestinos, os maiores casos foi no Ceará. O Rio Grande do Norte, todavia, registrou apenas 8 casos de jovens entre 1 a 19 anos que resolveram suicidar. No Brasil, os maiores casos são no Mato Grosso do Sul, Amazonas, Amapá, Roraima e Rio Grande do Sul.

Em Natal, entretanto, houve um elevado crescimento das taxas, visto que os números duplicaram entre 2003 e 2013.

São vários fatores que fazem as pessoas a cometerem este ato, como a falta de aceitação da sexualidade, problemas com o próprio gênero, abusos (físicos ou sexuais), uso de drogas, depressão e dentre outras coisas.

Como saber se seu amigo tem essa tendência? Observe o que ele está colocando nas redes sociais, se passou por perdas recentes ou houve alguma mudança em sua personalidade ou comportamento. Estimule o jovem a procurar um tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Desde 1962 existe o Centro de Valorização da Vida, o CVV. O que ser isso? É uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973, existem vários postos no Brasil. Em Natal, o CVV fica no bairro de Cidade Alta.

São aproximadamente 70 Postos e cerca de 2.000 Voluntários que se revezam para o atendimento 24 horas por dia, inclusive aos domingos e feriados. Esse atendimento é prestado por telefone (141 para todo Brasil ou nos respectivos telefones de cada posto ), e-mail, pessoalmente nos postos e via chat, sendo a primeira entidade do gênero no mundo a prestar atendimento via chat.

O trabalho consiste no diálogo compreensivo e na doação incondicional do calor humano. O Voluntário trabalha no sentido de compreender a pessoa que procura o CVV, dessa forma, valorizando sua vida. É mantida com as contribuições dos próprios Voluntários e também por doações feitas por pessoas e segmentos da sociedade que reconhecem a importância do trabalho.

E aí, você apoia o Setembro Amarelo?

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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