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[CRÔNICA] Na piscina dos ansiosos

Mergulhar nos piores sentimentos e estou submersa nesta piscina cheia de sentimentos. Se sente estranha o tempo todo, sofre por antecipação e acha que todos os odeiam. Procura todas as válvulas de fuga, desde as igrejas e até as drogas mais pesadas. Nenhuma delas resolvem, pois você se olha no espelho o tempo todo perguntando…

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Mergulhar nos piores sentimentos e estou submersa nesta piscina cheia de sentimentos. Se sente estranha o tempo todo, sofre por antecipação e acha que todos os odeiam. Procura todas as válvulas de fuga, desde as igrejas e até as drogas mais pesadas. Nenhuma delas resolvem, pois você se olha no espelho o tempo todo perguntando se você existe ou é apenas um pesadelo constante. Chora, grita e pede melhorias, mas nada resolve. Isso é sofrer ansiedade. Quando as borboletas que estão no seu estômago não te deixam com sensações boas, mas lhe faz desmaiar, ter enjoos constantes ou sempre quer questionar tudo que está em sua volta.

Todas as braçadas na piscina de sentimentos são milimetricamente calculadas para não cometer alguma gafe. Um elogio é apenas uma massagem, mas quando você vem com erros os tapas são sentindos por dois a quatro dias sem parar. A vermelhidão e os roxos demoram para cicatrizar. Isso é ter transtorno de ansiedade generalizada, eu estou nadando junto com dois milhões de pessoas, nos quais procuram uma escada ou escalar a borda da piscina para pegar uma toalha.

A ansiedade me faz sentir uma estranha no ninho o tempo todo. Estou mais submersa nesta gélida água gelada (pleonasmo feito de propósito). Fico parada com o bojetivo de manter a temperatura agradável no corpo, disseram para mim que isso me faria melhor.

Queria sentir aquele frio na barriga, acompanhada de boas expectativas. Porém, eu só sinto enjoos, taquicardia e pernas balançando a qualquer momento.

Sinto que estou nadando nesta piscina sozinha, no meu horizonte só vejo uma água azul e ao longe uma toalha quente me esperando para me proteger e se sentir aquecida.

Mas, eu não tenho coragem, a piscina me deixa presa por aqui e só consigo nadar de peito, enquanto queria era dar aquelas braçadas de crawl com o objetivo de chegar na escada e sair.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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