Os servidores do Instituto de Música Waldemar de Almeida denunciam há uma ameaça do fechamento de instituto, após quase 40 anos de funcionamento. Os servidores e alunos comentam, primeiramente, que 67% de seu quadro docente e opera com apenas 36% da capacidade prevista em seu regimento interno, enquanto a demanda por vagas cresce de forma exponencial.
O curso de Canto Lírico registrou aumento de 444% nas inscrições entre 2016 e 2025, saltando de 9 para 49 candidatos. Em 2023, foram 59 inscrições para apenas 12 vagas — uma taxa de aprovação de 20%, similar à de universidades federais concorridas.
“Estimamos que, nos últimos três anos, mais de 100 pessoas deixaram de ser atendidas apenas no curso de canto lírico por falta de vagas e infraestrutura”, afirma o professor Dr. Kaio Morais, coordenador do curso desde 2016.
Kaio é coordenador do canto lírico, mas a infraestrutura do Waldemar de Almeida atinge outras turmas, o mesmo citou como exemplo a falta de climatização das salas, pianos quebrados, ausência de acessibilidade e carpetes sem alguma manutenção.
“Dar aula em uma sala onde o piano não funciona direito e o calor é insuportável é desrespeitoso tanto com o professor quanto com o aluno”, desabafa um estudante.
Kaio, que desenvolveu a Acadêmia de Ópera de Natal (AON) em 2023, comentou da popularização e interesse dos alunos ao estilo. Entretanto, a falta de infraestrutura faz com que AON entre em xeque.
A AON é pioneira no estado ao oferecer formação integrada em ópera, reunindo professores da rede estadual, alunos da Escola de Música da UFRN, bailarinos da EDTAM e membros da comunidade.
Com perfil altamente inclusivo — 55% de artistas negros e pardos, 30% LGBTQIAPN+, 20% pessoas com deficiência ou transtorno, e 3% indígenas. Ademais, a AON representa um modelo único de democratização do acesso à música lírica no Nordeste.
As necessidades do curso
De acordo com o docente, entre as demandas mais urgentes do instituto está a reposição urgente do quadro docente. Essas ações podem ser feitas mediante concurso público ou contratos emergenciais. Além disso, solicita a reforma completa da infraestrutura, incluindo climatização, acessibilidade e manutenção de instrumentos.
Outra pauta está a garantia de pautas no Teatro Alberto Maranhão para apresentações dos grupos vinculados ao IMWA. Além disso, a implantação do sistema SIGEDUC (sistema próprio do Governo do RN) para gestão acadêmica.
Kalu Fernandes é aluna do canto lírico do IMWA e acredita que o instituto reformado pode ajudar a construir um cenário forte da cena em Natal.
“Ter em nossa cidade um curso de Canto Lírico e uma Academia de Ópera sustenta um cenário rico e difícil de se ter em qualquer cidade (…) Para alicerçar esse cenário cultural, o IMWA necessita urgentemente de uma estrutura que seja compatível com o trabalho realizado.”, disse Kalu.
Por fim, a transferência de professores do estado que atuam na AON para o Instituto de Música Waldemar de Almeida, na visão do professor Kaio, isso é uma contribuição para renovação do quadro do IMWA.
Entramos em contato com a assessoria de imprensa da FJA, na primeira resposta disseram que anunciarão obras de aparelhos que pertencem a fundação que vão entrar em reforma e um release seria enviado. Mas, não obtivemos o material.













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