Natal participou do Ato Nacional na manhã deste domingo (21) para protestar contra a anistia daqueles que participaram da tentativa de golpe político do 8 de janeiro e também contra a aprovação, pela Câmara Federal, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que blinda deputados a cometerem crimes.
A proposta recebeu o apelido jocoso da imprensa como PEC da Blindagem, pois altera a Constituição para dificultar a prisão de parlamentares em flagrante. Assim, ampliando os casos em que apenas o Congresso pode decidir sobre a manutenção da detenção. Por isso, críticos apontam que a medida cria um ambiente de impunidade e privilegia políticos em relação à população comum, uma vez que reduz a possibilidade de responsabilização imediata por crimes cometidos.
Os manifestantes também pediram a punição do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, uma vez que recebeu a comendação do Supremo Tribunal de Federal (STF) a 27 anos de prisão como principal articulador da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
Na ocasião, apoiadores insatisfeitos com o resultado das Eleições Gerais de 2022 invadiram Brasília e depredaram os principais prédios públicos da capital federal, como o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto.
Como resultado, o Brechando amanheceu o domingo na Avenida Engenheiro Roberto Freire, na zona Sul de Natal, para perguntar aos manifestantes: Por que não pode ter anistia?
Durante o ato, Narla Sahtler declarou:
“Porque a gente não pode aturar que bandidos saiam ilesos. Mesmo porque, se acontecer isso, outros vão querer fazer sempre. Ou seja, quem fez e não deve, tem que pagar.”
Já a jornalista e editora do Saiba Mais, Jana Sá, afirmou:
“Então hoje a gente tá nas ruas de todo o Brasil pra dizer em alto e bom som sem anistia pros golpistas de 8 de janeiro e sem a peste da bondade. Isso é uma afronta à democracia, é uma afronta aos lutadores de ontem e de hoje, que enfrentaram a ditadura e que seguem em luta pra que a gente possa se organizar quando o povo volta pras ruas. Então hoje a gente tá ocupando as ruas pra dizer não, em nome de todos: dos que vieram e dos que virão. A gente precisa de memória, de verdade, de justiça e de uma democracia viva.”
O deputado federal Fernando Mineiro também ressaltou a importância do momento:
“A história do Brasil é uma história marcada por tentativas de golpe, por golpes, exatamente porque nunca tiveram punição. Os criminosos contra a democracia são reincidentes, então nós vemos um momento histórico no Brasil, onde pela primeira vez a gente tem uma corte civil julgando inclusive militares, e isso é um fato muito importante para a nossa história. Acho que a população brasileira já mostrou a sua maturidade, o seu entendimento, porque é preciso punir aqueles que cometem crimes. Exatamente no dia 8 de janeiro, cometeram crimes e continuam cometendo crimes. Você vê o que está acontecendo com a trama envolvendo os Estados Unidos contra o Brasil. Por que fazer isso? Porque sempre se acostumaram a ser impunes. E a importância de julgá-los agora é justamente mostrar que a democracia não pode ser atacada sem resposta.”
O professor da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) e vereador de Natal, Daniel Valença, completou:
“A democracia não se brinca e os que promoveram a ditadura nas décadas de 60 e 80 não foram responsabilizados. É por isso que nós tivemos um golpe contra a Dilma e tivemos essa tentativa agora no 8 de janeiro. Então não tem como… não existe pacificação sem responsabilização.”
O advogado Rômulo Dornellas também destacou a necessidade de responsabilização:
“Sem anistia porque a gente precisa fazer esse ato histórico no Brasil, que é condenar golpistas que atentam contra a democracia brasileira. É isso que a gente precisa pressionar nesse momento pro Brasil.”























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