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Era para cobrir show de heavy metal, mas resolvi beber

Estava indo cobrir um show de heavy metal no Beco da Lama, mas o preço dos ingressos me deu enfoque de falar sobre o que beber.

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O Beco da Lama estava efervescendo, mas desta vez os tamborins do samba foram trocados por bumbo de bateria, guitarras soladas de forma psicodélica e uns agudinhos ali e acolá. Era um festival de banda de heavy metal, o Verão Brutal, com três dias de festa e dezenas de banda.

O evento começou numa sexta e terminou no domingo, mas escolhi ficar no dia intermediário: sábado.

Alex Duarte e sua companheira na calçada do Backstage (Fotos: Lara Paiva)

Por quê? Momento do compromisso de escutar heavy metal tranquilamente, sem perigos ou estresse de lembrar que terei de pagar boletos. Além disso, poderia beber e domingo ter um tempo considerável em tomar o tratamento de ressaca.

Mesmo escutando do lado de fora, você via que as bandas estavam boas, dava para escutar lá fora, mesmo na calçada e fazer aquela chacoalhada de cabeça que todo headbanger sabe fazer com primor.

Empecilho: os ingressos estavam salgados e o preço só tinha isso para curtir um sábado inteiro. Queria beber.

Então, fiz algo diferente numa noite de heavy metal no Beco da Lama: Beber

Aí vi que um bando de metaleiro também estava seguindo a mesma linha de raciocínio que era ficar na calçada. O negócio tava agitado, visto que era gente instalando suas cadeiras de praia na calçada e ficaram conversando como se fossem velhos fofoqueiros na rua.

Claro que não podia faltar uma cachaça comprada no Nordestão minutos antes de chegar e ouvir vozes: “MERMÃO, tu ouviu aquele disco?”. Sempre com a resposta: “Sei não, boy”.

Enquanto eu observava o movimento da turma que transformou a calçada em camarote, eu resolvi comprar caipirinha da Lion Drinks, no qual ele botou para moer que esqueci que aquele “suco de limão” tinha doses cavalares (e gostosas) de cachaça.

O Lion tinha fila para bebida, inclusive gente que tava dentro do Backstage querendo a tradicional caipirinha ou capifruta, que tinha a versão caju ou maracujá.

O sucesso foi tanto que ele de repente sumiu. A moça que tava na barraca olhou para mim e disse: “Mulher, ele foi ao Nordestão, porque acabou todas as cachaças”.

Já tinha bebido duas.

Resolvi beber meladinha na noite de heavy metal no Beco da Lama

A meladinha. Combo perfeito de cachaça, limão e mel, utilizando uma viga de construção para fazer a mistura perfeita. Uma tradição centenária, mas está lá no Beco da Lama. Andando uns 50 metros do Backstage, vimos um bar que estava tocando acústico do IRA na televisão e era o único que estava aberto às 20 horas.

Pedimos a meladinha, achando que iria ficar só numa mísera dose. Achamos, mas aquele líquido precioso é um néctar dos deuses de tão bom e revigora qualquer tristeza.

O que era para ser uma mísera dose no Bar Alambique, virou quatro doses. Mais a caipirinha do Lion voltou.

Lion para aquela saideira

O relógio estava quase marcando 10 horas da noite e Lion já estava na sua fabricação de caipirinhas. Pedimos a última e a saideira. De praxe, você via Natal inteira e todos os amantes do heavy metal saindo para se encontrar no mesmo lugar.

“AMIGA, ele voltou, pode pedir novamente”, disse a moça que estava informando o paradeiro do dono da barraquinha de cachaça.

Encontrei amigos, tirei onda, fiz algumas fotos malucas depois de “alegrinha”, que inclusive ilustram esta matéria, e vi que não teria lógica continuar no Beco.

Hora de voltar para casa com mais uma história etílica.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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