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Homofobia pesquisando os jornais do século XX sobre LGBTQIAP+ em Natal

Era normal os jornais falarem que festas ao público LGBTQIAP+ era voltada para libertinagem e drogas ou revelar nomes sociais de pessoas trans Saiba mais no Brechando!

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A matéria diz:

Mas, o que os gays fizeram de tão promíscuo para virar manchete de jornal em 1984? Então, eu fui ler a reportagem do Diário de Natal para saber um pouco mais sobre o assunto.  Além disso, a matéria completa não é tão grande, se fosse nos dias de hoje renderia um post em blogs populares de pessoas que querem ser políticos:

Vou transcrever o que aconteceu

Confira a matéria a seguir:

Orgia de tóxicos no beco depois da festa miss gay

Depois de incomodarem toda a vizinhança durante a madrugada, os frequentadores da boate Broadway, situada na rua Felipe Camarão, em Cidade Alta, promoveram uma orgia de tóxicos num terreno baldio que fica vizinho.

Ao amanhecer, comerciantes estabelecidos na rua encontraram várias seringas, ampolas de medicamento, piúbas de maconha e papelotes espalhados pelo chão.

O fato foi levado ao conhecimento da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes e também à reportagem do O Poti, que compareceu ao local constatando a veracidade da denúncia.

O movimento aumentou na boate depois do encerramento da festa Miss Brasil Gay, realizada no Palácio dos Esportes.

O evento era de Arruda Sales, a Danuza

Ela animava a cidade de Natal desde o final da década de 1970, através das casas de shows da Ribeira e Cidade Alta. Primeiro, ela ficou famosa no Café Teatro, bar que aconteciam regularmente apresentações de artistas da cultura LGBTQIA+. Mesmo assim, ninguém repercutiu o evento, só anunciou em pequenas notas nas colunas sociais.

Além disso, lembra-se do seu pioneirismo na arte do transformismo em Natal, uma vez que Arruda Sales viu seu personagem mais famoso estourar nas rádios potiguares durante as décadas de 1980 e 1990.

Ela foi pioneira a organizar o Miss Gay, que elegia a transformista (tinham esse nome) mais bonita da cidade.

A drag Danuza era conhecida pelas caras e bocas, e uma linguagem escrachada, sempre de bem com o riso. Nas rádios ia montada para se apresentar; Ainda mais participou do curta-metragem, “Verde Limão”, de Henrique Arruda, no qual disponibilizou acervo pessoal e também foi uma das poucas participações no cinema.

No ano seguinte, uma matéria revelava os nomes masculinos das travestis

Era mais que “normal” nos anos 80, retrata a travesti e a gay como sinônimo.

A reportagem, portanto, diz:

Furaram o Gay

O cozinheiro José Roberto de Oliveira, 18 anos, residente na rua Monsenhor Landim, Morro Branco, conhecido pelo nome de guerra de Patrícia, caminhava com destino à sua casa, por volta das 22 horas de sexta-feira, quando foi cercado por 5 desconhecidos que tentaram roubar seu relógio e sua pulseira. Reagiu e foi espancado nas nádegas.

Patrícia chegou ao hospital socorrido por sua colega Fátima, ou seja, o homossexual Ivan Lins de Araújo.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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