Eduardo Gomes já foi nome de Parnamirim, no qual não foi aceito pelos naturais da cidade norte-riograndense. Mas, quem foi este homem? Ele contribuiu com a cidade? Já pisou no Rio Grande do Norte? Tudo isso você vai descobrir no Brechando.
Não tem uma relação direta com o Rio Grande do Norte, mas o mesmo foi ministro da gestão de Café Filho, o único presidente da República natural do Rio Grande do Norte. Além disso, foi por causa dele que surgiu o doce mais tradicional do Brasil: o brigadeiro.
Afinal, quem é Eduardo Gomes?
Eduardo Gomes nasceu em Petrópolis, no dia 20 de setembro de 1896, filho de Luís Gomes Pereira Junior e de Jenny LeCocq de Oliveira. Ou seja, tinha seis anos quando o Brasil tornou-se uma república. Após duas tentativas, conseguiu estudar na Escola Militar, onde formou-se em 1918 na arma de artilharia e passou a ser segundo-tenente.
Como resultado, transferiu-se ao 9º Regimento de Artilharia, em Curitiba. Foi promovido a primeiro-tenente em janeiro de 1921, tendo ingressado em março desse ano na primeira turma do Curso de Observador Aéreo da Escola de Aviação Militar do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.
Nesta época participou de alguns eventos históricos, como a Revolta dos 18 Forte, que era um protesto militar contra a vitória de Arthur Bernardes. Além disso, participou da Revolta paulista de 1924 e também preso por integrar a Coluna Prestes. Em 1930, entretanto, foi a favor da queda de Washington Luís e colocar Getúlio Vargas ao poder.
Sua carreira política foi em paralelo ao de Militar
Com a subida ao poder de Getúlio Vargas, trabalhou na criação do Correio Aéreo Militar, que viria a se tornar o Correio Aéreo Nacional. Em 1935, comandou o 1º Regimento de Aviação contra o levante conhecido como Intentona Comunista. Em 1937, com a decretação do Estado Novo exonerou-se do comando, continuando contudo na carreira militar.
Quatro anos depois, em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, foi promovido a brigadeiro. Participou da organização e construção das Bases Aéreas que iriam desempenhar importante papel no esforço dos Aliados na Segunda Guerra Mundial.
Por causa de contribuição com a Aviação, ele é o patrono da Força Aérea Brasileira (FAB).
No final do a class=”c0″ href=”https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/GOMES,%2520Eduardo.pdf”>Estado Novo, candidatou-se às eleições presidenciais, marcadas para dezembro de 1945, formando em torno de si a União Democrática Nacional (UDN). Durante o período eleitoral, eram vendidos doces para angariar fundos para apoiar sua campanha; esses doces ficaram conhecidos posteriormente com o nome da patente do candidato: brigadeiros.
Perdeu para o general Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra de Vargas.
Em 1950, candidatou-se à presidência da República pela UDN (partido bem conservador para época), sendo dessa vez perdeu para Vargas.
Foi um dos líderes da campanha pelo afastamento de Vargas após o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, em agosto de 1954. Com o suicídio de Getúlio Vargas, assumiu o ministério da Aeronáutica no governo de Café Filho (1954–1955). Em 1964, participou do Golpe de Estado que depôs o presidente João Goulart.
Na mesma época, participou ativamente da administração de Humberto de Alencar Castelo Branco. Entretanto, Eduardo Gomes deixou o Ministério da Aeronáutica ao final do governo Castelo Branco. Aconteceu no dia 15 de março de 1967, dando por encerrada sua vida pública.
Pós-Ditadura Militar
Segundo os documentos para fazer esta matéria, Gomes esteve nos bastidores fazendo negociação entre aliados. Sem contar que apoiou personalidades para se tornar presidente. Ainda mais participou de ações voltadas para igreja, visto ser um católico fervoroso.
Além disso, a saúde muito debilitada nos últimos anos de sua vida. Mesmo assim, jamais deixou de comparecer aos eventos da sua Força Aérea. A sua última aparição pública se deu em 12 de junho de 1981, na missa comemorativa do cinquentenário do primeiro voo do Correio Aéreo Militar, no mesmo hangar de onde havia partido aquele voo pioneiro e histórico, em 1931.
Eduardo Gomes faleceu no Rio de Janeiro no dia 13 de junho de 1981. Era solteiro e não teve filhos.
Nome de cidade
Um dos motivos para que Eduardo Gomes ser nome de cidade, pelo menos por um tempo, foi ao fato de que Parnamirim ficar uma das Base Áreas importantes, inclusive por contribuir a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Além disso, ele foi Ministro de Café Filho.
Em 1973, sem consulta ao povo, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte mudou de Parnamirim para “Eduardo Gomes”. Objetivo era agradar os militares, visto que a única relação dele ao estado foi ser ministro do potiguar Café Filho. A ideia de alterar foi feita pelo deputado Moacir Duarte, genro de Dinarte Mariz, um dos apoiadores da Ditadura Militar.
Os habitantes de Parnamirim não aceitaram esse “novo nome”. Muito menos o homenageado foi ao município para agradecer a “homenagem”. Então, moradores fizeram, em 1982, uma forte campanha para resgatar o antigo nome.
Após cinco anos, a Assembleia Legislativa aprovou o retorno do nome original com muita alegria.
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