O Laboratório de Arquiteturas Paralelas para Processamento de Sinais (LAPPS/UFRN) firmou parceria com a Equinor, empresa internacional de energia. O objetivo do projeto é melhorar a resolução das imagens a partir de experimentos sísmicos na região do pré-sal, incorporando avanços tecnológicos para captar sinal, ruídos e outros desafios. Os resultados terão impactos significativos para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), beneficiando os cursos de Engenharia de Computação, Engenharia de Petróleo, Geofísica e Física.
Experimentos sísmicos? O que é isso? Experimentos sísmicos são métodos de investigação geofísica usados para estudar a estrutura e composição do subsolo da Terra. Consistem na geração de ondas sísmicas, que viajam através das camadas terrestres. Analisando a reflexão e refração dessas ondas, é possível mapear formações geológicas, detectar reservas de petróleo, gás e minerais.
Neste projeto, eles vão fazer ondas sísmicas para gerar fotos e depois utilizar esse programa para melhorar a resolução.
Mais sobre o programa de computador
O software que em desenvolvimento, que recebe o nome de “Deconvolução não-estacionária e imageamento para sísmica de alta resolução” (nome grande mesmo). O mesmo programa será de código aberto, permitindo uso comercial, acadêmico e pessoal. Ou seja, disponível para uma personalização própria. Além disso, segundo Samuel Xavier, coordenador do projeto, a parceria também terá impacto localmente, visto que desenvolverá tecnologia e software para apoiar empresas de petróleo e gás no RN.
De acordo com Samuel, a possibilidade de colaboração surgiu em 2020, a partir de uma demanda da Equinor. O objetivo era desenvolver a atenuação do sinal, um problema iminente no pré-sal. Diversos fatores influenciam a resolução da imagem detectada por sensores localizados no fundo do mar, e o projeto visa estudar e aprimorar essas técnicas. Tiago Barros, vice-coordenador do projeto, destacou que obter uma imagem melhor do reservatório de petróleo diminui a incerteza sobre sua localização.
Tiago também explicou que essa parceria formará recursos humanos especializados na área. Logo, oferece inúmeras oportunidades para alunos de graduação, mestrado e doutorado, tanto na pesquisa quanto na indústria. A expectativa é que o LAPPS se torne uma referência nacional e internacional na área.
Outros colaboradores
O trabalho conta com a colaboração de unidades internas da Equinor, como o Departamento de Pesquisa, na Noruega, e o Departamento de Processamento de Dados, em Houston, nos Estados Unidos. Outro aspecto fundamental é o envolvimento da UFRN, com professores e pesquisadores do projeto e a parte administrativa executada pela Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec).
Para Samuel Xavier, a UFRN possui uma equipe de professores bem qualificada para acompanhar as pesquisas, mas precisa de pesquisadores na graduação e pós-graduandos. Juntos, portanto, desenvolverão a pesquisa e buscarão o aprimoramento da técnica. “Temos cerca de 17 pessoas para contratar nas próximas semanas”, afirmou Samuel Xavier.
O LAPPS, laboratório filiado ao Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), desenvolve pesquisas básicas e aplicadas, principalmente em colaboração com parceiros acadêmicos e industriais ao redor do mundo. Nesta parceria com a Equinor, empresa comprometida com a criação de valor de longo prazo em um futuro de baixo carbono, os pesquisadores da UFRN abordarão os aspectos relacionados à geofísica, prospecção e exploração.
Sobre o Pré-Sal
O pré-sal é uma extensa camada de rochas localizada abaixo do leito marinho, coberta por sal, onde se encontram grandes reservas de petróleo e gás natural. Localizado principalmente na costa brasileira, exige tecnologia avançada para exploração devido à profundidade e complexidade geológica.