Fashion Revolution explica a origem das suas roupas

Fashion Revolution é um movimento global que busca promover a transparência e a sustentabilidade na indústria da moda. Recentemente, tive a oportunidade de visitar o evento da Fashion Revolution em Natal e aprender mais sobre seus objetivos e estratégias. Além disso, o evento contou com a organização da Universidade Potiguar, SESI e parceria do Sebrae.

A abertura aconteceu nesta segunda-feira (24), na sede do Sebrae, no bairro de Lagoa Nova. O evento contou com desfile, exposição e também debateu sobre a moda sem exploração de trabalho e consciente de seus atos.

Primeira parada do Fashion Revolution Natal: visita à exposição

O evento contou com duas exposições: rendeiras da Vila de Ponta Negra e Iure Dantas com os bordados de Caicó. O que mais me chamou a atenção a promoção da transparência na cadeia de produção da moda. Tudo tinha informações sobre a sua origem, como os materiais utilizados, o processo de produção e o impacto ambiental.

Uma entrevista rápida com Iure no Fashion Revolution

Natural da cidade de São João do Seridó, o Iure Dantas contou para o Brechando como surgiu o interesse em trabalhar com artesanato e roupas. “Quando saí de casa com esse repertório na área da confecção sobre processos industriais. Então, eu fui estudar design na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande”, disse.

Após se formar, ele começou a trabalhar na moda e foi assim que conheceu o Sebrae. “Já comecei a desenvolver esse trabalho de criação de design, mas em um processo produtivo. Como resultado, aprendi muito nessa época, depois eu queria adquirir a experiência industrial. Aí passei oito anos trabalhando no chão de fábrica”.

“Com processos industriais, a produção em larga escala e eu tirei muitas lições daí. Passado esse período eu conheci o Sebrae-RN gestores do SEBRAE e foi a mesma época em que o bordado de Caicó estava marcando a sua territorialidade. Embora tenha o nome de Caicó, ele contempla um tipo de bordado muito específico praticado em sete municípios do Seridó Potiguar”, relatou.

Antes das palestras, os convidados tiveram a honra de ver dona Maria fazendo bilros aos olhos do público, mostrando que é possível fazer renda, investir na moda e, o mais importante, continuar uma tradição secular.

E os bilros

Enquanto as pessoas ouviam os barulhos dos bilros, eu entrevistei três estudantes do Sebrae que contavam um pouco de sua trajetória para chegar ao sucesso e estudar moda.

A Sabryna Nóbrega, que também é modelo, comentou que queria agregar conhecimento e visitou o máximo de palestras. “Desde pequena tive bastante interesse na área”, contou. “Hoje a abertura é muito importante para o começo de tudo que vai acontecer nessa semana.”

“Eu escolhi o curso do Senai, o curso do Senai, porque eu queria que complementasse nessa questão de que aqui não tem curso de moda, de graduação, né?”, complementou a Sabyna, que também é estudante de design.

Já a estudante Cecília Viana disse que já foi direto o curso técnico de moda. “Fiz logo o curso técnico para saber que instituição de moda para depois ver qual seria a especialidade que vou trabalhar na área”. A Izabelle Fernandes também estuda design gráfico e também moda.

“Só fiz design gráfico porque queria trabalhar com moda, além de fazer, posteriormente, uma especialidade”, disse.

Desfile de moda do SESI

Após a visita à exposição, o Brechando assistiu um desfile de moda com roupas feitas pelos alunos do SESI com a participação de modelos da Tráfego Moda, no qual conversei com duas modelos “New Face”, termo referente àquelas que estão começando no universo. Os nomes delas são Isabela Nunes e Evelin Vitória, ambas com 21 anos, no qual as mesmas trabalham há quase dois anos.

De acordo com Isabela, “A indústria da moda sempre me chamou muita atenção e muitas pessoas diziam que tinha jeito de modelo por conta das minhas características, depois entrei em contato com agência e entrei”. A Evelin também seguiu o mesmo caminho e ambas já estão fazendo os mais diferentes desfiles.

“Todo ano tem um evento chamado Traço do Look e por lá conheci o Fashion Revolution. Me inscrevi e estou aqui”, relatou Evelin ao ser questionada quando conheceu o evento. Ela também contou que já conhecia as roupas do curso da UnP.

“Já tinha conhecido alguns deles, inclusive, usei um deles em 2022. Agora eu estou tendo a honra de novo para desfilar as peças da do pessoal da UNP e são todas maravilhosas, principalmente pela sua produção”, afirmou a jovem.

Finalmente as palestras

No Sebrae, houve palestra sobre o porquê de surgir o evento e também dados sobre empresas brasileiras que foram transparente com as suas confecções.

Além disso, o evento promoveu workshops para a comunidade local, incentivando o consumo consciente e a produção sustentável. Todos palestrantes sempre prontos para esclarecer dúvidas e compartilhar informações valiosas sobre a indústria da moda e suas consequências ambientais e sociais.

Durante minha visita, também descobri sobre a campanha anual do Fashion Revolution, que ocorre em abril de cada ano em todo o mundo. Durante essa semana, a organização incentiva os consumidores a questionar as marcas sobre suas práticas de produção e a se comprometerem a comprar de forma mais consciente.

É uma iniciativa importante para conscientizar os consumidores sobre a necessidade de mudanças na indústria da moda. É uma oportunidade de apoiar marcas e estilistas locais que adotam práticas sustentáveis e éticas, além de adquirir roupas que sejam duráveis e tenham um impacto positivo no meio ambiente.

No geral, minha visita à loja do Fashion Revolution em Natal foi uma experiência educativa e inspiradora. A organização está fazendo um trabalho valioso na promoção da transparência e da sustentabilidade na indústria da moda.