Maceió está afundando. Este é um fato. Se você mora no Nordeste, vocês deveriam saber primeiramente o que está acontecendo na cidade de Maceió, que está destruindo aos poucos por conta da ganância humana. O que acontece atinge bairros importantes da capital de Alagoas, fazendo com que milhares de pessoas ficaram sem lar, comércio, escolas, áreas de lazer e ainda mais lutam para receber indenizações, que até hoje está indefinido. Além disso, muitos tiveram que fechar as suas residências com tijolos para evitar invasores enquanto não define. E, neste post, portanto, vamos explicar o porquê que isso está acontecendo.
Origem
O agravamento da instabilidade no solo começou em 2018, com um tremor de terra. Como resultado, veio o surgimento de rachaduras no Bairro do Pinheiro. Em seguida, o problema se espalhou e atingiu os bairros vizinhos, Mutange, Bebedouro e Bom Parto.
O evento aconteceu no início da tarde de 3 de março de 2018, dia chuvoso de verão na capital alagoana, quando a terra balançou por três ou quatro segundos. Quem se encontrava nos arredores da Lagoa Mundaú relata ter ouvido um estrondo. Além disso, alguns imóveis racharam com o tremor de magnitude 2,5 na escala Richter, mas, em um primeiro momento, o evento geológico não fez vítimas e parecia não ter causado grandes consequências.
Consequência
O que era para parecer um simples acidente natural era, na verdade, um escândalo de o uso inapropriado de exploração de recursos minerais, mais da empresa Braskem, que catava o sal-gema. Este é um sal retirado de rochas e se forma no subsolo, a cerca de mil metros da superfície. Ele pode ser usado normalmente na cozinha, como o sal rosa do Himalaia vendido em supermercados, que é sal-gema. No entanto, seu uso é importante em vários processos industriais. Para a Braskem, empresa responsáveo resultado da mineração serve para produzir PVC e soda cáustica.
Grandes quantidades de sal-gema foram encontradas eventualmente no subsolo de Maceió na década de 1960, e, em 1976, a empresa Salgema começou a cavar minas na região, com anuência das autoridades locais. Para chegar aos depósitos de sal, é preciso cavar até uma profundidade de, aproximadamente, mil metros.
A empresa, que tem como sócios a Odebrecht e a Petrobras, não admite oficialmente ter causado o problema, mas já concordou, na Justiça, em pagar mais de R$ 12 bilhões para indenização de moradores e comerciantes, realocação de escolas e hospitais e financiamento de ações que minimizem o drama causado pelo afundamento de bairros inteiros.
Acredita-se que o fim dos tremores acontecerá apenas daqui a 10 anos, segundo o geólogo entrevistado ao G1.
Manifestação utilizando as artes
O artista alagoano Paulo Acioly criou um projeto visual, o “A Gente foi feliz aqui”, no qual utilizou lambes nos bairros fantasmas para mostrar o resultado da tragédia de Maceió. Logo abaixo, vamos ver, portanto, algumas artes do projeto.
Para ver mais o projeto, acesse a página do Instagram. No dia 19 de agosto, todavia, o cantor Djavan realizou uma manifestação contra a Braskem sobre o que aconteceu em Maceió.
Bairros fantasmas resultantes de Maceió afundando
A exploração de sal-gema prometeu pagar R$ 2,7 bilhões para realocar os moradores que deixam para trás suas memórias e verdadeiros bairros fantasmas. Entretanto, começou o verdadeiro êxodo urbano, visto que as pessoas estão saindo dos bairros onde moraram por décadas e estão encaminhando para cidades vizinhas do Alagoas. Além disso, os moradores compartilham fotos em redes sociais e pedem socorro para salvar as ruas que estão desabitadas como consequência que Maceió afundando.
Inicialmente, os habitantes do bairro de Mutange, na beira da lagoa, tiveram que sair. Hoje, segundo dados da prefeitura, cerca de 55 mil pessoas já tiveram de deixar suas casas, e o número deve continuar a subir. Os bairros de Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e parte do Farol foram incluídos na área de risco; e Flexal de Cima e de Baixo foram considerados afetados pela prefeitura por terem ficado isolados socialmente, sem acesso a comércio ou serviços públicos. Além disso, o avanço do fenômeno também ameaça algumas vizinhanças que estão fora dos mapas.
Pontos históricos em risco
Segundo os moradores da região, a população sente todos os dias pequenos tremores.
Bebedouro, um dos bairros mais afetados, faz parte da história da fundação de Maceió. Ali estão prédios tombados pelo patrimônio municipal e estadual, como o Asylo das Órphans Desvalidas de Nossa Senhora do Bom Conselho, construído em 1877 para as órfãs da Guerra do Paraguai. Lá funcionava como escola pública bem-conceituada até bairro ser condenado. A Igreja de Santo Antônio de Pádua, inaugurada em 1873 com azulejos vindos de Portugal, onde o padre ainda resiste a fechar as portas, mas celebra missas em uma vizinhança praticamente sem moradores.
Perto dali, no Farol, o único hospital psiquiátrico público de Alagoas, o Portugal Ramalho, precisa, por conseguinte, se mudar com seus 160 pacientes internados e 395 funcionários, visto que o prédio sexagenário pode não resistir a novos abalos no solo.
Documentário sobre o assunto
Como resultado, vários documentários sobre este escândalo cresce cada vez mais. Uma reportagem do canal “Meteoro” explica bem o assunto de Maceió afundando. Confira, dê o play:
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