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Hotel Internacional da Rua Chile no passado, hoje abandonado

Hotel Internacional

As principais ruas na Ribeira até meados do século XIX eram a Rua do Aterro (atual Câmara Cascudo), Rua da Campina (atual Duque de Caxias), Rua da Praia (atual Silva Jardim), Rua do Commercio (atual Rua Chile) e o Canto (atual Largo da Rua Chile), que tinha uma rampa onde as canoas de pescaria podiam…

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As principais ruas na Ribeira até meados do século XIX eram a Rua do Aterro (atual Câmara Cascudo), Rua da Campina (atual Duque de Caxias), Rua da Praia (atual Silva Jardim), Rua do Commercio (atual Rua Chile) e o Canto (atual Largo da Rua Chile), que tinha uma rampa onde as canoas de pescaria podiam atracar no agora Cais da Tavares de Lyra. Esse pequeno e precário cais do porto, feito com estreitas e perigosas rampas de madeira, e insalubres armazéns, possibilitou que a Rua do Commercio (Rua Chile) gradativamente crescesse em importância na vida não só do bairro da Ribeira, como também de toda a cidade.

Próximo deste cais que marcava a entrada e saída de turistas na capital potiguar. Por isso, quase em frente ao cais, havia um hotel chamado Internacional, no qual por muito tempo era um dos mais importantes.  O hotel faz parte do conjunto de casarões que foram construídos de pedra e cal a partir de 1850.  Neste período, contudo, os natalenses buscavam por um movimento mais moderno, se inspirando cada vez mais nos costumes europeus.

Sem contar que o hotel ficava próximo das tradicionais festas carnavalescas no início do século XX, quando a elite natalense faziam os seus bailes e desfiles. Era, portanto, um reflexo da Primeira República e da Belle Époque.

Para quem quer saber, no entanto, sobre este momento, clique aqui.

Tudo começou com um restaurante

Todos os dados consegui através da Hemeroteca Nacional.

O registro mais antigo mostra que o Hotel Internacional surgiu em 1901, criado pelo capitão Evaristo Leitão, quando deixou cargo público para empreender seu negócio em forma inicialmente de Restaurante. Seu objetivo era fornecer o melhor da comida europeia. Por isso, os antigos jornais registram eventos no estabelecimento que recebiam os principais políticos da Primeira República.

Em 1907, o empresário José dos Reis Mellos arrendou o antigo restaurante de Evaristo Leitão, que além de fornecer 10 pratos sob a produção de um renomado chefe da Bahia e adegas, os quartos da hospedagem apresentavam iluminação própria e aceitava hóspedes até 08 horas da noite. Além disso, ele realizou uma grande reforma para receber os clientes. Para provar que o Hotel era excelente, José dos Reis Mello convidou a equipe do jornal “A República” para comer o então novo menu.

 

Claro que “A República” fez a sua análise.

Leitão, enquanto isso, criou um outro restaurante, “Casa Moderna”.  Mas, no mesmo ano, repassaram o ponto para Evaristo Leitão. Posteriomente, o mesmo resolveu divulgar nos jornais que queria arrendar em 1909 os seus estabelecimentos pelo fato de estar muito doente.

Apesar da morte de Evaristo Leitão, o hotel continuou as suas atividades, com o major Theodorico Bezerra. Mas, ele na década de 30 começou a administrar o tão famoso Grande Hotel. Assim, surgiu os primeiros sinais de sua derrocada do Internacional, tendo que alugar a parte de cima do prédio para comércio.

 

Mais sobre o Hotel Internacional

Até então 1930, Natal tinha apenas cinco hotéis de pequeno porte, incluindo o Internacional. Somente durante a Segunda Guerra Mundial, os aviões passaram a ter mais destaque nacional e se tornou uma ponte aérea entre os passageiros que iam do Sudeste à Europa. Foi aí que a cidade percebeu que a demanda estava maior que a disponibilidade. Assim, surgiram estruturas de grande porte, como Grande Hotel e Reis Magos.

O hotel fechou nos anos 40, transformando posteriormente na Ecocil.

O prédio, atualmente, está todo modificado, restando apenas a sua fachada original, apesar de algumas portas e janelas fecharam com tijolos. Hoje é um depósito para os pescados daqueles que vendem próximo do cais.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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