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Dia que Lampião fugiu dos mossoroenses

Lampião

Para alguns, eles são heróis e a resistência de um Nordeste tão desigual. Por outro lado, eles são bandidos e inimigos. Mas, todos reconhecem que o Cangaço foi um movimento social ocorrido no sertão nordestino no fim do século 19 e início do século 20. Período que o país iniciara primeiramente uma República. Os cangaceiros…

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Para alguns, eles são heróis e a resistência de um Nordeste tão desigual. Por outro lado, eles são bandidos e inimigos. Mas, todos reconhecem que o Cangaço foi um movimento social ocorrido no sertão nordestino no fim do século 19 e início do século 20. Período que o país iniciara primeiramente uma República.

Os cangaceiros usavam chapéus de abas largas, roupas de couro enfeitadas, punhais e armas de fogo na cintura. Eles atuaram em cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

No RN, o episódio mais famoso foi quando a cidade de Mossoró conseguiu vencer Lampião.

O dia que Mossoró botou Lampião para correr

Era junho de 1927 e há dias os mossoroenses temiam pela invasão do Virgulino Ferreira, conhecido como Lampião.

Horas antes, ele e seu bando atacaram a vizinha vila de São Sebastião, hoje a cidade de Governador Dix-Sept Rosado.

O coronel Rodolfo Fernandes, o prefeito de Mossoró, já havia alertado, nos últimos dias, sobre o perigo do ataque do rei do cangaço ao município. A maioria dos habitantes, no entanto, parecia não acreditar.

Os trens começavam a se movimentar, com a finalidade de conduzir famílias e aqueles quisessem fugir de Mossoró. Segundo ele, durante toda a noite e na manhã seguinte, a ferrovia permaneceu ininterruptamente agitada.

No caminho para cidade, Lampião havia incendiado um vagão de trem cheio de algodão e depredado a estação ferroviária e a sede do telégrafo destruída.

No dia seguinte, muita gente havia deixado suas casas em Mossoró, que à época tinha cerca de 20 mil habitantes.

A estratégia foi do mesmo molde do filme Bacurau, no qual a cidade foi toda esvaziada e a prefeitura recebeu ajuda oficial de armas e munição, deixando apenas pessoas que estivessem armadas. Quanto mais vazio o lugar, na avaliação do coronel Rodolfo Fernandes, maior a chance de repelir o bando de cangaceiros.

Fazia tempo que Lampião planejava encarar o desafio de invadir Mossoró, uma vez que seria a maior tentativa do bando. Nele, pedia a quantia de 400 contos de réis com a finalidade de não atacar o município. Por conseguinte, era um valor pelo menos dez vezes superior ao que costumava exigir em ocasiões semelhantes.

O dia da Invasão e a resitência de mossoroense

Sem resposta ao primeiro comunicado, Lampião, já impaciente, manda um segundo aviso. Os termos do bilhete, que consta nos arquivos do jornal O Mossoroense eram muito diretos e recheados de erros de português.

O coronel Rodolfo Fernandes e seus homens disseram não a Virgulino, para surpresa do mais temido cangaceiro de todos os tempos. A cidade tinha o dinheiro, informou o prefeito.  Lampião, todavia, teria que entrar na cidade para atingir o seu objetivo.

Às 16 horas daquele dia 13, caía uma chuvinha sobre Mossoró. Foi quando os primeiros estampidos de bala ecoaram.

Lampião tinha 53 cangaceiros no seu bando. Não imaginava, porém, que iria enfrentar pelo menos 150 homens armados na defesa da cidade.

Esse evento ficou conhecido, portanto, como “Chuva de Balas no País de Mossoró”, no qual o espetáculo está em cartaz durante toda festa junina.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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