A Organização das Nações Unidas (ONU) indicou que a Horta Comunitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como uma experiência exitosa para o direito e acesso aos alimentos de qualidade e suficiente para todas as pessoas. O elogio foi através do evento do Fórum Global de Segurança Alimentar e Nutricional da ONU.
Com o tema central “Jardins Comunitários para a Democracia Alimentar”, o projeto do Departamento de Nutrição (DENUT) foi selecionado em uma chamada pública no Fórum da ONU. Será compilado pelo comitê responsável e publicado em outubro deste ano em Roma (Itália), na 45ª sessão do Committee on World Food Security.
Além do DENUT, os Departamentos de Botânica e Zoologia (DBEZ) e Ecologia (DECOL), a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) e o Núcleo de Educação da Infância (NEI) fazem parte do projeto de extensão, ensino e pesquisa, com a proposta de abordar a temática da democracia alimentar ao produzir e compartilhar informação sobre a biodiversidade brasileira e conhecimentos tradicionais relacionados à diversidade vegetal. Nessa perspectiva, no ano de 2017 foram realizadas 15 atividades de formação, como cursos e eventos de extensão, envolvendo 630 pessoas.
A Horta está localizada no DENUT, com 10 m², e foi concebida como projeto de melhoria da qualidade de ensino de graduação e, em seguida, tornou-se um projeto comunitário. Hoje, os principais objetivos são promover saúde, produzir alimentos bons, limpos e justos; ser uma horta viva e representativa da sociobiodiversidade brasileira; ter acessibilidade para ser inclusiva; criar espaço para convivência das pessoas; respeitar a diversidade e integralidade do ecossistema local, entre outras proposições.
A atividade faz parte de sete disciplinas de caráter permanente, com a participação de alunos, professores e a comunidade externa, sendo cerca de 200 pessoas envolvidas e uma média de 20 pessoas por mutirão. A iniciativa conta com aproximadamente 90 espécies de diversas variedades cultivadas, como milho, manjericão e amaranto, por exemplo.
Um dos focos do trabalho são as plantas alimentícias não convencionais (PANC), que são definidas como plantas e possuem uma ou mais categorias de uso alimentício, mesmo que não sejam comuns para a maioria da população da região. As PANCs são estudadas e cultivadas na Nutrir com o objetivo de colaborar com a construção e promoção de sistemas e dietas mais sustentáveis. “São uma opção alimentar acessível, de elevado valor nutricional, protetoras da sociobiodiversidade local e da soberania alimentar”, esclarece a docente.
Os alimentos colhidos são utilizados nas aulas práticas do curso de Nutrição ou, após o processamento dos alimentos em forma de compotas, confits ou geleias, são consumidos no mutirão pela equipe da comunidade. E, durante este semestre letivo há o planejamento de dar início ao uso dos resíduos produzidos nesses laboratórios para produzir compostos.
Eles também estão expandido a experiência em outros lugares, como na Escola Estadual Monsenhor Alfredo Pegado, em Mãe Luiza, na zona leste de Natal, um dos bairros mais pobres da cidade. Com a horta em fase de construção, a intenção é fazer ainda uma parceria para ofertar capacitação aos profissionais responsáveis pela merenda e, posteriormente, com os pais dos alunos sobre a importância da boa alimentação.
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