Olhando de longe pelos corredores da Campus Party Natal, a gente enxerga um senhor contido, mas poucos sabem da sua história com o Linux. Na verdade os fãs do CP sabem, uma vez que ele é uma figurinha carimbada em todas as suas edições. Seu nome é Jon Hall, mas todos o conhece pelo apelido de Maddog, cachorro louco em inglês. Mas, vamos contar aos poucos sua história.
O amor pelo sistema é tão grande que tem uma tatuagem de pinguim em seu braço, no qual sempre mostra quando tira foto com os fãs.
Este senhor com quase 70 anos dedicou mais da metade de sua vida com programação. “Algumas mudanças tecnológicas nos últimos anos foram excelentes, hoje os computadores estão mais poderosos, rápidos e baratos, todos podem ter acesso”, afirmou Hall para o Brechando.
Seu nome de guerra surgiu quando ainda estava atuando na Hartford State Technical College, onde ele era Chefe do Departamento de Ciência da Computação, no qual os alunos o consideravam um pouco temperamental.
Porém, isto não lhe fez estragar a sua carreira, pelo contrário, adotou o apelido para vida, suas palestras são bastante requisitadas e olha que o currículo é extenso. Desde 1969, Maddog (como ele prefere ser chamado) é programador, designer e administrador de sistemas, gerente de produto, gerente de marketing técnico, autor e educador e atualmente trabalha como consultor.
Além disso, se dedica ao sistema Unix desde 1980 e ao sistema Linux desde 1994, quando ele conheceu Linus Torvalds e reconheceu a importância comercial do Linux, Free e Open Source Software.
Apesar de cansado, ele não para. Desde 2006 Maddog vem trabalhando no Projeto Cauã, que criará trabalhos high-tech permitindo estudantes de baixa renda a arcarem com uma universidade e experienciarem um trabalho. Infelizmente, o projeto não foi para frente como o dono queria, apesar de estar ajudando os jovens do mundo todo a criar um hardware livre.
Em Natal, ele realizou uma palestra, onde o tema é “Maddog realmente está velho”, mostrando que está um pouco cansado de trabalhar. “Estou viajando bastante. Faz seis semanas que não volto para casa, apenas fazendo palestra. Foram 15 conferências no total. Estou perto dos 70 anos e já tive dois infartos. Eu preciso descansar”, justifica..
No bate-papo com os estudantes, ele falou sobre o que mais entende: linguagens abertas de programação, sistemas operacionais baseado em Unix e algumas iniciativas focadas em opern source.
“Algumas mudanças tecnológicas não gosto, como as pessoas ricas controlando as melhores tecnologias, intensificando as desigualdades sociais, principalmente nos Estados Unidos. Além disso, as empresas poderosas estão dominando o sistema computacional em nuvem e usando os dados pessoais para espionar a vida das pessoas. Esses dados estão sendo repassados para os governantes e isso é muito perigoso. Os americanos dizem que é em nome da luta contra o terrorismo, mas claro que isso é mentira”, alfinetou.
Para Maddog o futuro da computação em nuvem é a descentralização da infraestrutura com o uso de softwares open source peer-to-peer. Por isso, ele desenvolveu o Subutai, no qual está literalmente vestindo a camisa (Sim, a camiseta que ele usou era escrito com o nome do projeto). O que é isso? Uma ferramenta cloud computing, descentralizada criada pela OptDyn, do qual ele é CEO.
E assim o cachorro louco continua inspirando gerações e mais gerações. “Eu amo conversar com os jovens e incentivá-los, principalmente o público da Campus Party. O entusiasmo dos jovens é o que move o futuro”, disse.
Mas o que ele espera o futuro? Ele responde: “Tecnologias potentes e que todos tenham direito de trabalhar com a mesma.”.
Deixe um comentário