Tonico Novaes é formado em administração pela Anhembi Morumbi e desde o ano de 2015 é o diretor geral da edição brasileira da Campus Party, que já teve sedes em São Paulo, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Pato Branco e agora, pela primeira vez, em Natal. Apesar da experiência de realizar o maior evento de tecnologia do mundo, cada local é uma novidade. “Nessas edições de Campus Party a gente descobre que o Brasil tem diversas peculiaridades. Praticamente um continente. Por mais que a gente fale o mesmo português, cada lugar tem os seus hábitos e costumes totalmente diferentes”, comentou Novaes, em entrevista exclusiva ao Brechando.
Natal, Mossoró e Parnamirim são as três maiores cidades do Rio Grande do Norte, onde concentram 55% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Além disso, o PIB alcançou R$ 57.250 milhões entre 2010 e 2015, representando 1,0% do PIB brasileiro, ocupando a 5ª posição na região Nordeste e a 18ª no Brasil. A economia do estado teve retração de 2,0%, inferior a queda observada no Nordeste (3,4%) e no Brasil (3,5%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dessas estatísticas isso não desanima o Novaes em fazer o RN como um grande polo tecnológico com a Campus Party. “Natal e o Rio Grande do Norte têm diversas outras possibilidades, além da Indústria e Agropecuária. Se viajar para o litoral Norte tem várias usinas eólicas e também tem várias atividades voltadas para as usinas de fotovoltagem (conhecida como usinas solares). Isto mostra que o estado tem um diferencial, basta desenvolvê-los. Precisa trazer tecnologias e inovações.”.
O diretor-geral comenta que estamos passando por uma quarta revolução industrial, que é o desenvolvimento de tecnologias relacionadas à informática e robótics, ambas não precisam de grandes indústrias para serem desenolvidas, podendo ser em uma sala de aula ou na sala de casa. “Nós não queremos investir na industrialização, mas as startups, as novas tecnologias e a informática. Queremos um mercado diferente”, explicou.
Além de desenvolver tecnologias em lugares mais simples, ele enfatiza a importância de aperfeiçoar as suas habilidades e os seus conhecimentos, não necessariamente em cursos presenciais, mas também aqueles oferecidos na internet, que ajudou aproximar o conhecimento e as pessoas. Exemplo de mudanças na tecnologia aparece em cenas mais simples do cotidiano, como uma pessoa aprender um novo idioma através de um aplicativo no celular ou fazer uma especialização em curso a distância. “Estamos passando por uma grande revolução tecnológica, onde a informação está cada vez mais democrática e para todos”.
“Esse complexo de achar que não tem desenvolvimento vem de pessoas mais antigas. A nova geração está aqui para provar que o RN tem um grande potencial de tecnologia. A juventude de hoje já vem digitalizada. Pela primeira na história, os filhos vão ensinar os pais e os avós os equipamentos. É bastante comum os filhos ensinarem a usar computador, mexer na internet, no celular ou questionar as escolhas.”.
Mas, como acabar com esse complexo de inferioridade? Toninho tem uma resposta para isso: Educação. “Acredito que este complexo de inferioridade será reduzido com questão de tempo. Com a informação a gente consegue mudar o mundo.”.
Sobre Natal, ele disse que a capital do Rio Grande do Norte está trazendo experiências interessantes. “A gente está investindo bastante neste tema aerospacial e a parceria com o Centro de Lançamento Barreira do Inferno está dando super certo. Também estamos em parceria com todas as universidades e empresas. Vocês também vivem em um paraíso, muito legal fazer a Campus Party perto do mar e ter a vista do Morro do Careca, principal cartão-postal da cidade. Estamos adorando a recepção do Natal, o povo é bastante acolhedor e o público é muito carinhoso. Ficamos muitos felizes com essas características”, finalizou Tonico Novaes.
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