O Dia Mundial Sem Carro, ou World Car Free Day, é comemorado anualmente em 22 de setembro. A data foi criada com o objetivo de incentivar as pessoas a refletirem sobre os enormes problemas que o uso excessivo dos veículos, nas grandes cidades, pode causar ao meio ambiente e ao bem-estar da sociedade. O Car-Free Day começou oficialmente na França, em 22 de setembro de 1997, e logo em seguida se espalhou por milhares de outras cidades europeias.
No Brasil, a data foi comemorada pela primeira vez em 2001, nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas (RS); Piracicaba (SP); Vitória (ES); Belém (PA); Cuiabá (MT), Goiânia (GO); Belo Horizonte (MG); Joinville (SC); São Luís (MA), onde os participantes organizaram “bicicletadas” para celebrar o dia e conscientizar a população.
Inspirados no modelo europeu, o Brasil também aderiu a Semana Nacional do Trânsito, no qual o Detran do estado também está fazendo inúmeras atividades relacionadas ao assunto.
Por muito tempo a gente ficou conhecido por ter o ar mais puro das Américas na década de 90. Porém, hoje não mais podemos dizer isso. Devido ao crescimento da população e frota de carros, pesquisadores encontraram o aumento da poluição do ar na cidade. Existem pontos em Natal, principalmente os bairros mais próximos do Centro (como Alecrim, Ribeira e Cidade Alta), em que a qualidade do ar pode estar comprometida com a poluição causada pela emissão de gases expelidos pelos veículos e a concentração de edifícios, que impedem a circulação da brisa marítima.
Mas porque aumentou a poluição em Natal? Devido ao intenso processo de urbanização e industrialização tem colocado em risco a qualidade de vida dos habitantes das áreas urbanas, risco este, relacionado com o ar que se respira nas cidades.
Por falar em frota, o Rio Grande do Norte possui 1.217.548 veículos em um estado que tem uma população em torno de três milhões de pessoas, sendo que 43% dos veículos registrados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) é composta por automóveis e 34% motocicletas. Ou seja, a cada 25 pessoas que moram no RN, 9 possuem um carro na garagem. Desses veículos citados, 49,28% são movidos a gasolina, feito por um combustível fóssil e um dos causadores do aquecimento global, que intensifica o efeito estufa trazendo como consequência diversos problemas.
Como assim? A gasolina é um combustível constituído basicamente por Hidrocarbonetos, compostos químicos constituídos apenas por átomos de carbono e hidrogênio, quando é queimado libera o gás carbônico, um dos gases do efeito estufa. Além disso, a gasolina abastece hoje cerca de 60% dos veículos de passeio no Brasil.
De acordo com a SETURN (2010), Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município do Natal, a cidade de Natal apresenta a segunda maior frota veicular do Nordeste do Brasil com a proporção de aproximadamente 32 carros por habitante, ficando a nível nacional em 15º posição dentre as cidades com a maior frota de veículos.
Além dos problemas do Meio Ambiente, a poluição também traz problemas na saúde. As pessoas expostas constantemente ao ar poluído podem vir a desenvolver determinadas doenças respiratórias, implicando em um quadro de sintomas que afeta vários órgãos, como o nariz e a garganta, potencializando o aparecimento e o aumento de casos de asma e sinusite, quando a poluição atinge os olhos, ocorre um maior probabilidade de conjuntivite, nos Brônquios, a poluição se manifesta com a predisposição à broncopneumonia, nos Pulmões ocorre os riscos de enfisema e no coração, a poluição pode causar o aumento nas doenças cardiovasculares.
Para a cidade de Natal, pouco se tem informações a respeito da qualidade do ar ao qual respiramos. No entanto, sabemos que a cada ano a frota veicular vem aumentando cerca de 5,5 % (DENATRAN, 2012). Isso é um número bastante preocupante se analisarmos a longo prazo. Entretanto, sabemos que a falta de investimentos em transporte público de qualidade.
No Brasil como um todo o transporte de massa não é estimulado, sobretudo em capitais nordestinas. No entanto, a política de mobilização urbana vem tentando implantar para a sociedade a importância da utilização desses transportes. Alguns dos principais focos da política de mobilização urbana segundo o Ministério das Cidades (2005) são:
• Prioridade do transporte não motorizado e dos serviços públicos coletivos sobre o transporte individual motorizado;
• Dedicação do espaço exclusivo nas vias públicas ao transporte público coletivo e a modos de transporte não motorizados como as bicicletas;
• Estabelecer padrões de emissão de poluentes para locais e horários determinados. Em suma, a tentativa é de minimizar as concentrações de contaminantes na atmosfera para
assegurar uma melhor qualidade ambiental e de vida para a sociedade. No entanto, muito necessita ser realizado.
Atualmente alguns grupos de pesquisa dos centros federais como a UFRN e IFRN na capital do Estado do Rio Grande do Norte e nos interiores do estado, vem realizando estudos importantes que irão contribuir de forma significativa na avaliação da qualidade do ar do estado do Rio Grande do Norte, no entanto muito desses estudos estão direcionados para capital potiguar devido ao seu dinamismo.
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