Saindo de casa, indo em direção a Avenida Engenheiro Roberto Freire vi um grafite em muro. O desenho parecia inspiração de desenhos vindos de fora do país e sempre tive a curiosidade de saber quem fazia a arte. Tentando procurar uma rota alternativa para o bairro do Tirol, eu vi outra obra no muro do abandonado supermercado que também fica em Capim Macio. Quem fez a obra? Qual foi sua inspiração? Então, após uma longa pesquisa, descobri que o autor era o artista plástico Augusto Furtado, conhecido como Arbus (fanpage do artista é neste link).
Com certeza você viu alguma de suas marcas registradas em Capim Macio ou em outro espaço da cidade. Arbus sempre trabalhou com pinturas e arte, no qual alega que “faz parte da rotina diária”, mas o grafite surgiu mesmo há 1 ano e seis meses. Também trabalha como diretor de arte em uma agência de publicidade.
De acordo com o artista, as pessoas estão valorizando a arte vinda na rua e que espera a valorização cresça cada vez mais. Porém, ele ainda tem que encarar os olhares tortos, apesar de não ter tido treta com a polícia. “Normalmente o pessoal olha assim e acha que o cara é um mendigo, noiado ou sei lá o que. Não entendem porque o artista esta ali pintando na rua. Não respeitam e acham que podem falar ou fazer o que querem. É normal ouvir coisas tipo: quem esta pagando essas tintas? Tem autorização? Por que você esta pintando ai? O que você quer dizer com essa sua arte?”.
Por isso, ele procura ser rápido em algumas ações em lugares movimentados. “O graffiti (sic) se popularizou mais e as pessoas já conseguem diferenciar com mais clareza o graffiti da pixação (sic). Para quem não faz parte da cena, o critério estético é simples: normalmente o graffiti agrada e a pixação incomoda. O que pouca gente entende é que arte de rua é feita para quem faz arte na rua. Na minha opinião o graffiti e pixação andam lado a lado, respeito muito o trampo dos caras que saem para “pixar”, principalmente porque eles estão na linha de frente contra o sistema. O que me incomoda mesmo são as propagandas ilegais que estão sempre atropelando as artes de todo mundo, um dia espero que isso mude”, afirmou.
Arbus também recomendou dois documentários massa para assistir sobre a arte de rua, que poderão ser conferidos a seguir:
Os desenhos mostra influência de tantos artistas nacionais e gringos, a intenção do Arbus é se manter o mais atualizado possível das tendências. Na gringa, ele gosta de Buff Monster, Gent48, Harrybones, The Sweet Toof, Arsek & Erase.
Arbus é fã dos grafiteiros potiguares, como Pazciência, FB, Bones, Binho Duarte, Pok, Stomp, Dente, Bia, e To Ligado Boe. Além disso, alguns dos desenhos foram feitos em parceria com outros grafiteiros da cidade.
Apesar de não ser bastante conhecido pela grande imprensa, ele já participou de eventos em outros lugares, recentemente foi para João Pessoa. “Foi muito bom a experiência, conheci muita gente, de todo o nordeste. Pretendo ir em outros encontros, procuro sempre ficar informado com o que esta acontecendo na cena”, comentou.
O Instagram do Arbus é este daqui e confira algumas fotos a seguir:
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