O Instituto de Pesquisa Economia Aplicada (IPEA), órgão do Governo Federal, divulgou nesta terça-feira (23) o Atlas da Violência, no qual registra os casos de violência no Brasil e nas 27 unidades federativas. Os dados apontam que a cada 100 mil habitantes, 49 potiguares eram vítimas de homicídio no ano de 2014. Não foram divulgados os dados de 2015.
Registraram 1576 ocorrências em todos os municípios, sendo que 986 eram jovens de 15 a 29 anos de idade. Fazendo uns cálculos, 62,56% dos jovens potiguares foram assassinados há dois anos. É o 12º estado brasileiro que mais mata jovens, sendo que o sexto estado do Nordeste. Ou seja, a cada 100 mil habitantes, 109 pessoas dessa faixa etária são assassinadas.
De acordo com o IPEA, houve um aumento de 300% dos assassinatos às pessoas negras no estado. Foi o estado que teve mais o aumento neste número de ocorrências. Isto quer dizer que 63 negros são mortos a cada 100 mil habitantes no ano de 2014.
Também houve um aumento de assassinatos entre mulheres no Rio Grande do Norte, foram registradas 103 mortes e o estado é o que teve maior crescimento neste tipo de caso.
Entre os anos de 2010 a 2014, o número de assassinatos no estado potiguar teve uma variação de 51,7%, enquanto no Brasil todo este aumento foi de quase nove por cento. Isto mostra que é o quarto estado que teve aumento de homicídios, perdendo apenas para Alagoas, Ceará e Sergipe.
O estado que registrou menos números de assassinatos foi Santa Catarina, que teve 12 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em janeiro, uma ONG mexicana que retrata sobre a violência disse que Natal era uma das cidades mais violentas do mundo.
A violência letal no país é um tema que deveria ser prioritário para as políticas públicas. Apenas em 2014, segundo os registros do Ministério da Saúde, 59.627 pessoas sofreram homicídio no Brasil. A compreensão do fenômeno e de suas causas, bem como o acompanhamento das dinâmicas em suas diversas faces e a mobilização para a mitigação do problema são tarefas contínuas, que devem envolver não apenas autoridades, mas toda a sociedade civil.
Em 2014 houve 59.627 homicídios no Brasil – o que equivale a uma taxa de homicídios de 29,1 para 100 mil habitantes. Este é o maior número de homicídios já registrado e consolida uma mudança no nível desse indicador, que se distancia do patamar de 48 mil a 50 mil homicídios, ocorridos entre 2004 e 2007, e dos 50 a 53 mil mortes, registradas entre 2008 a 2011.
Estas mortes representam mais de 10% dos homicídios registrados no mundo e colocam o Brasil como o país com o maior número absoluto de homicídios. Dessas mortes, 46,2 % das mortes eram de jovens entre 15 a 19 anos. O IPEA ainda registrou que as mortes entre pessoas de 15 a 29 anos são a maioria dos casos de homicídios registrados nas terras tupiniquins.
A incidência do fenômeno dos homicídios ocorre de maneira heterogênea no país não apenas no que diz respeito à dimensão territorial e temporal, mas no que se refere às características socioeconômicas das vítimas. Pelas informações disponíveis, a partir de 2008 parece que se alcançou um novo patamar no número de mortes, que tem evoluído de maneira bastante desigual nas unidades federativas e microrregiões do país, atingindo crescentemente os moradores de cidades menores no interior do país e no Nordeste, sendo as principais vítimas jovens e negros.
Esta publicação nasceu de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), organizações comprometidas com a missão de contribuir para o aprimoramento de políticas públicas, particularmente no que se refere à segurança de todos.
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