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Fernando de Noronha já pertenceu ao RN? Revelando mistério

Os potiguares são revoltados pelo fato da Ilha de Fernando de Noronha não pertencer ao Rio Grande do Norte, alegando que o RN é geograficamente mais perto da ilha do que Pernambuco. Alguns adoram soltar a ideia de que Noronha já foi potiguar, mas é verdade? Mentira? Na verdade, a ilha nunca pertenceu de fato…

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Os potiguares são revoltados pelo fato da Ilha de Fernando de Noronha não pertencer ao Rio Grande do Norte, alegando que o RN é geograficamente mais perto da ilha do que Pernambuco. Alguns adoram soltar a ideia de que Noronha já foi potiguar, mas é verdade? Mentira? Na verdade, a ilha nunca pertenceu de fato ao RN e os potiguares nunca habitaram o local. Vamos contar a história.

Muitas controvérsias marcam o descobrimento do arquipélago pelos europeus. Pelo menos três nomes — São Lourenço, São João e Quaresma — têm sido associados com a ilha na época de sua descoberta.

Com base em registros escritos, a ilha Fernando de Noronha foi descoberta em 10 de agosto de 1503 por uma expedição portuguesa, organizada e financiada por um consórcio comercial privado liderado pelo comerciante de Lisboa, Fernão de Noronha. A expedição estava sob o comando geral do capitão Gonçalo Coelho e levou o aventureiro italiano Américo Vespúcio a bordo, aquele que é considerado o descobridor da América ao invés de Cristóvão Colombo.

Em sua carta a Piero Soderini, Vespúcio descreve uma ilha desabitada e relata o seu nome coma “ilha de São Lourenço”.

O comerciante Fernão de Noronha não apenas tornou a ilha uma capitania hereditária, mas também (de 1503 até 1512) um monopólio comercial sobre o comércio no Brasil. Entre 1503 e 1512, os agentes de Noronha configuraram uma série de armazéns (feitorias) ao longo da costa brasileira e envolveram-se no comércio de pau-brasil com os povos indígenas locais.

Após o vencimento do alvará comercial de Noronha em 1512, a organização da empresa de pau-brasil foi assumida pela coroa portuguesa, mas Noronha e seus descendentes mantiveram a posse privada da ilha como uma capitania hereditária pelo menos até a década de 1560.

Presídio de Fernando Noronha
Presídio de Fernando Noronha

No final do século XVIII, uma prisão foi construída e os primeiros prisioneiros foram enviados para Fernando de Noronha. Em 1897, o governo do estado de Pernambuco tomou posse da prisão. Entre 1938 e 1945, Fernando de Noronha foi uma prisão política.

O ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes (avô de Eduardo Campos), foi preso lá após ser deposto do cargo de Governador de Pernambuco pelo golpe militar de 1964. Em 1957, a prisão foi fechada e o arquipélago foi visitado pelo presidente Juscelino Kubitschek.

Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o arquipélago se tornou um território federal, que incluía o Atol das Rocas e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo. O governo enviou presos comuns e políticos para a prisão local. O Território Federal de Fernando de Noronha foi criado em 9 de fevereiro de 1942, pelo decreto-lei federal, de nº 4102, desmembrado do estado de Pernambuco. A entidade administrativa durou 46 anos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um aeroporto foi construído em setembro de 1942 pelas Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos para a rota aérea Natal-Dakar. O Brasil transferiu o aeroporto para a jurisdição da Marinha dos Estados Unidos em 5 de setembro de 1944. Após o fim da guerra, a administração do aeroporto foi transferido de volta para o governo brasileiro. O Aeroporto de Fernando de Noronha é servido por voos diários de Recife e Natal, na costa brasileira.

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Em 1988 o governo brasileiro designou cerca de 70% do arquipélago como um parque nacional marítimo, com o objetivo de preservar o meio ambiente terrestre e marítimo. Em 5 de outubro de 1988 o Território Federal foi dissolvido e adicionado ao estado de Pernambuco (exceto o Atol das Rocas, que foi adicionado ao estado do Rio Grande do Norte).

Hoje a economia de Fernando de Noronha depende do turismo, restrito pelas limitações do seu ecossistema delicado. Além do interesse histórico mencionado anteriormente, o arquipélago tem sido alvo da atenção de vários cientistas dedicados ao estudo de sua flora, fauna, geologia, etc.

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Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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