Um grupo do Laboratório de Comunicação Social (Labcom) se uniram na noite desta quinta-feira (10) e criaram uma campanha contra o machismo, chamada “Eu Não Ando Só”. O estopim da campanha se deu após a estudante Giovana Bezerra ter sido ofendida após ter defendido o feminismo em sala de aula.
Durante essa semana a jovem, caloura do curso, foi desmoralizada por alguns colegas de sua sala devido ao fato dela aderir às ideias feministas, a favor dos direitos humanos para todos e ser contra a qualquer tipo de preconceito.
Nesta semana, foram postadas mensagens machistas e bastante preconceituosas em um grupo de Whatsapp para a jovem de 28 anos. “O fato é que durante a madrugada eles pegaram tweets aleatórios que postei e começaram a falar sobre mim em um grupo que saí por motivos de estudar para concurso. Então, eu fui taxada de extremista”, disse a jovem.
A jovem foi desabafar com dois amigos sobre as mensagens postadas. No dia seguinte, várias garotas criaram uma mobilização contra o machismo dentro do Laboratório de Comunicação, onde acontece boa parte das aulas do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Outras alunas também postaram mensagem de apoio ao que aconteceu com Giovana. “Eu me senti nos dois extremos. O primeiro é me sentir abandonada e cheguei até questionar se o meu pensamento era errado e o segundo momento, o principal, vi que existia pessoas me apoiando, não estava sozinha. Agora estou chorando de felicidade e de gente que compartilha esta mesma dor”, disse Giovana após o encontro que aconteceu nesta quinta.
Cartazes e desenhos foram pendurados durante todo o Labcom estimulando que as meninas continuassem denunciando atitudes de pessoas que lhe destratam, independente se for em um meio físico ou virtual.
Bezerra reconhece que é uma pessoa cheia de defeitos, mas que não se cala diante dos problemas.
Giovana ainda negou que isto não é uma guerra entre ela e a sala, mas contra o machismo que existe dentro da universidade. “Há várias Giovanas que diante dos mesmos acontecimentos talvez não fossem para aula, talvez não falassem, talvez até tivesse saído do curso. Mas eu não! Eu falei, eu ergui minha voz por quem tanto quanto eu sofreu ou sofre esse tipo de opressão”, alegou.
A intenção da campanha é combater qualquer tipo de opressão. O que aconteceu nesta semana no Labcom já aconteceu diversas vezes com outras alunas em diversos setores de aulas na UFRN. A campanha realizará diversas atividades futuras, nos quais serão anunciadas em breve.
Atualização: Alguns estudantes deste grupo de Whatsapp se pronunciaram dentro do Facebook e negam o ocorrido e estão reclamando que houve uma generalização sobre o que foi discutido dentro da sala de aula e na rede social citada.
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