- Foto acima foi retirada no site UOL.
“Eu moro em Satélite”
“A casa onde eu fico é em Cidade Satélite”
“Minha casa fica na Avenida dos Xavantes, lá em Cidade Satélite”
Quem mora em Natal já ouviu estes relatos de algum amigo/parente seu que mora em Cidade Satélite. Muita gente pensa que o local é um bairro da cidade, porém é um conjunto habitacional. Como assim?
O bairro onde fica o conjunto Cidade Satélite é Pitimbu, que consta de um complexo de conjuntos habitacionais, são eles: Conjunto Cidade Satélite, Conjunto Bancários e Conjunto Vale do Pitimbú.
Pitimbu é o nome indígena que se refere à “água nascente, rio, manadouro de camarão. Foram os proprietários de terras dessa região, dentre eles o comerciante paraibano Fabrício Gomes Pedroza, em 1866. Ao alargar seus empreendimentos e por ser senhor do engenho Jundiaí, nas proximidades de Coité, atual Macaíba, chegou a ser dono de parte das terras do sítio Pitimbu, ao casar-se com a filha do capitão Francisco Pedro Bandeira. Percebendo a serventia das terras herdadas pela esposa, enriqueceu ao construir um armazém para recolher o açúcar produzido por seu engenho e de outros engenhos de municípios circunvizinhos da capital potiguar, às margens do rio Jundiaí.
Mais tarde, João Duarte e Leopoldina Duarte da Silva procuraram o juiz no ano de 1899 para demarcar e medir a área do “Engenho Pitimbu”, que tinha como linhas fronteiriças, na região norte, o sítio das Quintas do Vigário, a leste, a estrada pública que ia de Natal a São José do Mipibu, ao sul o Engenho Cajupiranga e ao oeste a estrada pública que ia do porto de Guarapes a São José de Mipibu. Em 1920, as terras foram adquiridas pelos irmãos e comerciantes portugueses Cláudio e Manuel Machado.
A valorização da região ocorreu no momento em que o francês Paul Vachet chegou a Natal em busca de um local para pousar aviões de uma companhia, sendo escolhida a área dentro das terras da família Machado e onde surgiu o campo de pouso de Parnamirim.
Projetada em 1976 pelo arquiteto Acácio Gil Borsoi, a Cidade Satélite foi entregue ao INOCOOP no governo de José Agripino Maia (1982-1986) como conjunto habitacional de classe média.
A construção do maior deles, Conjunto Cidade Satélite, foi subdividida em três etapas. Na Etapa I, as ruas recebem nomes de serras brasileiras e pássaros. Na Etapa II, as ruas recebem nomes de rios. Na Etapa III, as ruas recebem nomes de árvores brasileiras. O Conjunto Cidade Satélite é um dos maiores conjuntos habitacionais da América Latina.
Na época aquela terra era chamada de Peixe Boi, estão até nos documentos, que ficava próximo ao rio Pitimbu, que depois virou Pitimbu. Ao adquirirem essa gleba, dividiram-na para vender através de financiamento. A maioria dos mutuários era de funcionários públicos que haviam se inscrito na cooperativa e foram sorteados para os vários tipos de casa oferecidos. As prestações eram pagas por meio de carnês todos os meses. Como se fosse o “Minha Casa, Minha Vida” daquele tempo.
“Satélite” era tido como um conjunto tranquilo, predominantemente residencial e praticamente sem nenhum estabelecimento comercial. Possuía o estigma de “cidade dormitório” pelo fato das pessoas trabalharem no centro da cidade e apenas voltarem a suas casas para dormir.
O bairro é destaque pelo crescimento de casas na região e de pessoas morando por lá nos últimos 15 anos. É um dos espaços mais disputados pelas construtoras, fato esse que faz do bairro um dos mais procurados pela nova e emergente classe média potiguar. Antes era conhecido por demorar o transporte público e ter poucos estabelecimentos comerciais, algo que está alterando principalmente com o crescimento daquela região.
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