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Ivan Baron e a sua luta contra o capacitismo

Ivan Baron

Ivan Baron ficou conhecido no Tik Tok e Instagram por falar da importância da inclusão social e combate ao capacitismo, termo referente ao preconceito contra as pessoas com deficiência (PCD). Tudo começou há 22 anos, quando ele contraiu uma meningite viral, por conseguinte, teve paralisia cerebral. A medida que foi crescendo, ele queria ser como…

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Ivan Baron ficou conhecido no Tik Tok e Instagram por falar da importância da inclusão social e combate ao capacitismo, termo referente ao preconceito contra as pessoas com deficiência (PCD). Tudo começou há 22 anos, quando ele contraiu uma meningite viral, por conseguinte, teve paralisia cerebral. A medida que foi crescendo, ele queria ser como os outros garotos e despretensiosamente começou a compartilhar.


Além disso, falará sobre o universo da inclusão, tema pouco explorado na mídia, apesar de 24% da população brasileira ter algum tipo de deficiência, são cerca de 45 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.


Durante o Festival Vermelho é a Cor Mais Quente e pedimos que ele fizesse uma entrevista para o Brechando. Educadamente topou em falar conosco e o rápido papo foi bem satisfatória.


Confira a entrevista completa a seguir.


Quando você percebeu que estava na hora de fazer conteúdo para PCD?


Olha comecei na metade de 2018, naquele ápice dos movimentos políticos sociais, quando eu sentia falta de alguém falando sobre a violência que eu sofria enquanto pessoa com deficiência. Então, a partir desse incômodo eu falei: “Vou ocupar a internet criando conteúdo, falando sobre minha vivência”.
E atrelado a isso, veio a necessidade, a vontade de estudar mais sobre o capacitismo, que até então não sabia que tinha esse nome.


E daí surgiu essa vontade de começar a criar conteúdo.


E como foi a sua infância, sofreu muito bullying?


Minha infância não foi nada legal, porque na época ninguém falava sobre isso, né? Que ninguém discutia políticas públicas voltadas pra inclusão. Então o que tinha era algo muito capacitista.


Havia muita reportagem com deficiência, como algo ruim, algo que atrapalhasse a educação. Mas, na verdade, isso não é o correto.

Como é a relação da sua família pela luta na inclusão social e o combate ao capacitismo?


Minha família vai totalmente contra esse estereótipo de superproteção, de não deixar, não me permitir furar a bolha. Se eu tô aqui hoje, graças ao Instagram, criando conteúdo, é porque eles me deram o maior apoio e maior força.


E hoje, sua meta, além da internet, você já pensa em alguma outra atividade?


Minha meta é dobrar a meta e quando a gente atingir a meta, brincadeira (risos). Mas, minha meta mesmo, é fazer com que meu conteúdo saia do ambiente virtual e, para mais pra frente, eu não precise mais falar tanto de capacitivo que comente de outras coisas, como moda, política, relacionamento…
Isso eu ia falar sexualidade, né? Sexualidade. (Enfatizou o Ivan)
Você defende muito a pauta LGBT por motivos óbvios…

E o povo ainda fica lhe oportunando perguntando como você se relaciona?


Ainda ficam. Mas, eu já solto logo: “Está com curiosidade? Vamos matar essa curiosidade”.


Mas só pra terminar, você levou um hate porque falou de uma música de Aline Barros sobre o homem torto e até eu fiquei questionando. E como fazer entender que aquilo era errado?


Olha o capacitismo é algo tão enraizado que quando a gente vai apontar o erro, ainda tem gente que duvida da própria pessoa com deficiência. Então, a gente não precisa falar mais nada, né?

Se é eu que só dizendo, que sofri com aquela música de menino torto, é por motivo óbvios.

Levou bullying por causa dessa música?


Eu levei bullying na principalmente, porque eu estudei em uma escola evangélica.


E a sua rede de apoio hoje?


Graças as redes sociais, eu consegui um grande apoio, fiz novas amizades e hoje consigo ter uma rede de proteção para que não sofra mais de capacitismo.


Gostou da entrevista? Deixe aqui, portanto, o seu comentário.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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