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Estudo da UFRN descobre novas áreas desmatadas da Caatinga

Caatinga

Uma pesquisa da Pós-Graduação do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), divulgada através da Agecom, mostra que a maioria das áreas não desmatadas da caatinga estão potencialmente degradadas por ações humanas acumuladas séculos. Ou seja, há mais áreas desmatadas O estudo veio como base uma pesquisa, que anteriormente apontava…

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Uma pesquisa da Pós-Graduação do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), divulgada através da Agecom, mostra que a maioria das áreas não desmatadas da caatinga estão potencialmente degradadas por ações humanas acumuladas séculos. Ou seja, há mais áreas desmatadas

O estudo veio como base uma pesquisa, que anteriormente apontava que metade da caatinga já foi desmatada e que o que restou está espalhado em cerca de 47 mil fragmentos. O estudo da UFRN foi publicado na revista inglesa Journal of Applied Ecology.

Foto: José Nilton Rodrigues dos Santos

Questão sociocultural da Caatinga

O estudo primeiramente aponta que a região da Caatinga apresenta um dos mais baixos índices sociais e econômicos do continente. A vulnerabilidade social de seus 27,6 milhões de habitantes os faz depender dos recursos da Caatinga.

Sem contar que essa população está espalhada por centenas de cidades, vilas e assentamentos interconectados por uma densa rede de estradas e outras infraestruturas, como barragens e linhas de alta tensão. Desde a colonização brasileira, a Caatinga tem sido constantemente alterada pela agricultura de corte e queima, extração de madeira e lenha, causando perda e degradação do habitat.

De acordo com Marina Antongiovanni, integrante do projeto de pesquisa:  “Quando visitamos algumas caatingas, vemos que elas estão super bem conservadas. Em compensação, em outras percebemos muitas trilhas e pegadas humanas, estradas de terra, marcas de fogo, troncos cortados, pilhas de madeiras, restos de munição, vacas, bodes, ovelhas, plantas exóticas, algaroba, e muito lixo.”.

O trabalho estimou a chamada “perturbação antrópica crônica” para todos os 47 mil fragmentos de caatinga que restam.

Mapa mostra a mudança da Caatinga

O estudo montou cinco mapas: a, b, c, d e e. O primeiro mostra do vermelho ao verde, em ordem crescente, a concentração de habitantes na região da Caatinga.  O segundo, seguindo o mesmo modelo a infraestrutura.  O terceiro é a concentração do pasto, que predomina no Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Já o quarto, contudo, mostra do verde ao vermelho, em ordem decrescente, o avanço da extração de madeira, que marca quase todo o Nordeste.  O último mapa, por fim, mostra os focos de incêndio, do vermelho ao verde, em ordem crescente.

Veja a seguir:

a) Concentração de População, b) Infraestrutura ), c) Pasto, d) Incêndio e e)Extração

 

Como foi elaborada a pesquisa

Caatinga Região do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco são as mais devastadas da Caatinga

Com o objetivo de identificar os danos humanos com a Caatinga, foi criado um índice matemático baseado em variáveis relacionadas às inúmeras atividades humanas, que afetam direta ou indiretamente o bioma. Foram mapeados todos os fragmentos de caatinga. Um dos exemplos são as estradas (asfaltadas ou não), as linhas de trem, energia elétrica e os canais da transposição do Rio São Francisco.

Também foi analisado os focos de incêndio, a densidade de bovinos, caprino e ovinos e da população humana.

Os pesquisadores apontam que todos que moram na caatinga sabem que ela vem se deteriorando progressivamente. Esta degradação contribui para o declínio populacional e extinção local de muitas espécies de mamíferos e aves.

Ainda ajuda na intensificação para a erosão, disponibilidade de água no solo e até mesmo à alterações climáticas que podem acentuar os períodos de seca.  Além disso, pode levar à desertificação de algumas áreas.

Por um lado descobriu-se que a Caatinga está mais degradada do que se supunha. O estudo revelou portanto áreas relativamente intactas que ainda representam excelentes oportunidades de conservação no bioma.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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