Brechando/Artistas Potiguares / General Junkie e o Movimento da Ema

General Junkie e o Movimento da Ema

General Junkie

Os anos 90, ao contrário do que muitos dizem, sempre apontando primeiramente como uma década perdida. Sem grandes feitos, foi um período dos mais férteis e criativos, pelo menos na música brasileira. Em se tratando de rock, as guitarras passaram a dialogar cada vez mais com outros ritmos e sonoridades, procurando se distanciar do som…

Compartilhe:

Os anos 90, ao contrário do que muitos dizem, sempre apontando primeiramente como uma década perdida. Sem grandes feitos, foi um período dos mais férteis e criativos, pelo menos na música brasileira. Em se tratando de rock, as guitarras passaram a dialogar cada vez mais com outros ritmos e sonoridades, procurando se distanciar do som enlatado que predominou nos anos 80 sem dúvidas, o movimento manguebeat foi quem melhor levantou essa bandeira.

Liderado por Chico Science e outros caranguejos com cérebro, o manguebeat marcou pela fusão do rock com o hip-hop e os tambores do maracatu pernambucano. Chamava a atenção não apenas da crítica local, mas também dos palcos internacionais. Apesar de sua sobrevivência curta, interrompida abruptamente em fevereiro de 1997, com a morte de Chico, o manguebeat reverberou e influenciou inúmeros artistas pelo Brasil. Em Natal não foi diferente.

A banda General Junkie, inicialmente chamada de General Lee, foi um desses grupos influenciados pelo manguebeat. Trazendo as guitarras com uma forte influência do coco e letras que abordavam temas como questões ambientais, tecnologia e personagens da vida natalense. Um é exemplo é o bandido Brinquedo do Cão e a garota de programa Brigitte.

Com a formação consolidar entre Gustavo Lamartine, Paulo Souto e Marcelo Costa, o General Junkie tentou emplacar algo parecido com o manguebeat nas terras de Cascudo, o Movimento da Ema. Acabou não progredindo. Mas, a iniciativa possibilitou a realização daquele que seria o único show de Chico Science em Natal, realizado em 1994 no Centro de Turismo.

Legado

Apesar de tudo, o General Junkie conseguiu alguns feitos significativos, sendo a primeira banda potiguar a se apresentar no festival Abril Pro Rock, teve o clip da canção ‘Quem matou Brigitte’ exibido na MTV, música inclusa na coletânea Brasil Compacto organizada por Dado Villa-Lobos, além da gravação da música ‘O Amargo’ pela banda pernambucana Eddie.

No início dos anos 2000, já próximo de encerrar as atividades, o General Junkie lançou o que seria seu único disco, homônimo, pelo selo Dosol, contendo canções conhecidas pelo público, como: Típico Local, Sinfonia Celular e Fiscal da Natureza. É possível ouvir o álbum em todas as plataformas digitais.

Gustavo Lamartine e Paulo Souto seguem firmes na música a frente da banda Dusouto. Eventualmente se reúnem a Marcelo Costa para acordarem o velho general, responsável por um dos importantes capítulos da música potiguar.

Quem é Abner Moabe

Abner Moabe é jornalista e um fã assíduo de música potiguar. Além disso, ele também é músico e toca na banda de forró Fuxico de Feira.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

Clique aqui para saber mais.

Arquivos

Chuva de palavras

Alecrim Arte banda Brechando Brechando Vlog Campus Party carnaval Cidade Cidade Alta Cidades cinema Covid-19 Cultura curiosidades Dosol entrevista Evento eventos Exposição feminismo Festival filme filmes Historia lgbt livro Mada mossoró Mudanças Mulher Música Natal pesquisa Peça potiguar projeto Quarentena Ribeira Rio Grande do Norte RN Rolé Show Teatro UFRN ônibus

Ir para o conteúdo