Embora tenha a vacina, a pandemia do Covid-19 ainda não acabou por completo, visto que há pessoas ainda morrendo, além de ter muita gente com o esquema vacinal incompleto. Como resultado, várias pessoas ainda estão precisando de oxigênio e precisam ser entubados para receber a ventilação artificial.
No entanto, um ventilador pulmonar criado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pode facilitar a vida dos portadores desta terrível doença. Atualmente, o seu pedido para patenteamento foi realizado no mês de novembro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI).
Não é somente ao Covid-19
O equipamento tem também aplicações em várias outras doenças respiratórias em que haja comprometimento da musculatura do diafragma e músculos intercostais, responsáveis pelo ato de encher e secar os pulmões.
O pesquisador Ângelo Roncalli Oliveira Guerra, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), responsável pelo projeto, explica que o dispositivo é capaz de atender duas pessoas ao mesmo tempo e, mesmo contendo os controles necessários para volume de ar, fluxo, pressão de inspiração e expiração, frequência respiratória e mistura percentual de oxigênio ministrada, tem baixíssimo custo.
“Todos esses pontos são independentes, bem como o ar para cada paciente, evitando que um possa contaminar o outro”, realça o professor do Departamento de Engenharia Mecânica em entrevista para assessoria de imprensa da reitoria da instituição.
Características do ventilador pulmonar
O protótipo foi construído com materiais disponíveis no mercado nacional e contendo muitas peças já com autorização de uso pela Anvisa.
A concepção do equipamento prevê o seu controle por um item único, denominado unidade de gerenciamento duplo motriz, que possui um software para monitorar os parâmetros de ventilação para cada pessoa. O aplicativo é administrado por uma tela touchscreen, apresentando um conjunto de simples funcionalidades, de fácil fabricação e de baixo custo quando comparado aos dispositivos tradicionais.
Outra facilidade citada pelo pesquisador é a possibilidade de funcionar até mesmo na tomada do acendedor de cigarros de uma ambulância ou de um veículo comum ou ser posto em funcionamento com um carregador de celular.
O entrelaçamento desses fatores permite que a nova tecnologia possa ser usada como dispositivo emergencial, de transporte ou de uso regular no ambiente hospitalar. Assim, tem mobilidade o suficiente para ser utilizada como equipamento de transporte inter-hospitalar em ambulâncias, transporte intra-hospitalar e atendimentos emergenciais.
Ajudou na pós-graduação de alunos
O ventilador objeto do depósito de pedido de patente é resultado de quatro dissertações de mestrado nas áreas de fisioterapia, medicina veterinária, engenharia mecânica e engenharia mecatrônica. “São dissertações aplicadas e atendendo às demandas do SUS”, ratifica.
O projeto envolveu 26 pesquisadores e recebeu o nome no INPI de Ventilador pulmonar para dois pacientes independentes, sem risco de contaminação cruzada. A pesquisa resultou em um protótipo que está sendo submetido aos testes necessários ao comitê de ética para uso em animais. Posteriormente, a Anvisa também analisará o equipamento para permissão de uso com segurança em seres humanos.
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