Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte apontou que menos de 20% do açougue utilizado na merenda potiguar vem de pequenos produtores. Os pesquisadores se basearam nos dados do Programa Nacional de Alimentação (PNAE).
No entanto, os pesquisadores apontaram que a produção local, já é o suficiente para suprimir as demandas da merenda básica. Os dados são referentes a uma pesquisa da UFRN , onde você pode clicar aqui, e conta com apoio da Toronto Metropolitan University, em relatório divulgado nesta segunda-feira, 17.
Dos 31 municípios do RN analisados pela pesquisa, somente três compraram carne de pequenos produtores. Um dos principais motivos para o baixo consumo da carne da agricultura familiar são os entraves burocráticos. Para conseguir vender carne, é preciso seguir uma série de regras de inspeção sanitária que os pequenos produtores, muitas vezes, não conseguem.
“Esse ponto é mais prático para grandes e médias empresas porque eles têm mais infraestrutura”, avalia Viviany Chaves, uma das autoras do relatório em entrevista para assessoria de imprensa da UFRN.
Normalmente, as regras de inspeção sanitária aplicadas aos pequenos produtores são as mesmas que valem para grandes frigoríficos que processam carnes que viajaram longas distâncias, com destaque para o mercado internacional. Já os pequenos produtores têm infraestrutura mais simples de abate e armazenamento, além de estarem próximos dos locais de entrega dos seus produtos – demandando um tipo de transporte diferente. Outra razão para a baixa aquisição é a dificuldade dos produtores de acessarem as chamadas públicas.
“Sabemos que a população rural tem menor escolaridade, então falta assistência para participar das chamadas públicas”, afirma Chaves.
Na merenda potiguar procura-se mais hortaliças dos pequenos produtores
A maioria do que se compra dos pequenos produtores, no entanto, são hortaliças, vegetais, frutas e outros alimentos de hortifrúti. Os produtos de origem animal como carnes, leite, ovos e mel, em geral, são obtidos de grandes e médias empresas e frigoríficos. A aquisição desses itens diretamente da agricultura familiar, no entanto, ajudaria os municípios a atingirem mais facilmente os 30% impostos pela legislação.
Com o diagnóstico, a equipe espera auxiliar o poder público a aumentar a compra de carne da agricultura familiar, já que ela tem potencial para gerar mais empregos e promove crescimento econômico local, influenciando, assim, os índices de pobreza e insegurança alimentar no campo.
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